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Salão de Xangai 2025 põe carros chineses em "outro patamar"

Novos modelos de montadoras locais atraem holofotes, enquanto marcas ocidentais têm participação discreta mesmo com lançamentos exclusivos

26 abr 2025 - 03h00
(atualizado em 28/4/2025 às 18h45)
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A preferência dos chineses por marcas de carros locais e suas tecnologias inovadoras marcou a abertura do Salão do Automóvel de Xangai, na China. Gigantes do país oriental, como BYD, GAC, Geely e GWM atraíram a maioria do público com uma profusão de lançamentos que, em breve, ganharão o mundo - incluindo Brasil e América do Sul.

Se a China abraçou o carro elétrico como forma de reduzir a poluição do ar (ainda com níveis preocupantes e que deixam quase sempre a paisagem cinza), marcas locais falam em "multienergia", com a revelação de elétricos e híbridos de vários tipos. Assim, novas tendências surgem e ganham força - com potencial global.

Por exemplo, a (ainda desconhecida) Leapmotor revelou seu primeiro sedã 100% elétrico, o B01. Mas, além dos modelos exclusivamente a bateria, como os SUVs B10 e C10, ambos confirmados para estrear no 2º semestre no Brasil, a marca parceira do grupo Stellantis aposta alto na tecnologia REEV - sigla de Range Extended Electric Vehicle, ou veículo elétrico de autonomia estendida.

Prestes a estrear no Brasil, Leapmotor, marca chinesa do grupo Stellantis, revela seu primeiro sedã, o B01
Prestes a estrear no Brasil, Leapmotor, marca chinesa do grupo Stellantis, revela seu primeiro sedã, o B01
Foto: Diogo de Oliveira/Estadão / Estadão

"O sistema REEV é muito interessante para certos mercados. É uma tecnologia que reduz a ansiedade do consumidor em relação à preocupação com carga e alcance da bateria", disse Zhu Jiangming, chairman da Leapmotor, na coletiva com jornalistas brasileiros.

A tecnologia REEV adiciona um motor a gasolina que atua como gerador para alimentar a bateria. Assim, permite o funcionamento do carro mesmo quando a bateria está descarregada.

Entretanto, o veículo funciona sempre como elétrico. Trata-se de um sistema muito parecido com o que a BMW tinha no i3, que foi vendido no Brasil na última década. E que a Nissan comercializa no Japão e no México, sob o nome e-Power.

Produção em novas regiões é o foco

Inegavelmente a China se tornou a maior fábrica de carros do planeta. Entretanto, para efetivamente alcançar o topo das vendas globais, as marcas daquele país agora trabalham na localização de fábricas e não apenas com foco nas exportações.

Na GWM, o chairman e dono do grupo, Jack Wei, falou sobre o processo de internacionalização da empresa, com a produção de veículos em outros países e regiões como peça-chave para a expansão "overseas".

"A fábrica no Brasil é essencial para dar volume na região. E para tornar a companhia mais competitiva. Montar carros em esquemas de SKD e de CKD não é uma solução para longo prazo. É necessário uma cadeia completa de produção para competir nos mercados internacionais", resumiu o executivo.

GWM vai produzir picape média Poer em versões a diesel e híbrida recarregável (PHEV) no interior de SP
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Foto: Diogo de Oliveira/Estadão / Estadão

Segundo o fundador e dono da GWM, a expansão global não virá com exportação de carros da China, mas com a produção em outros países e regiões. "Não haverá crescimento se os veículos forem produzidos só na China", decretou Wei.

Chineses apostam em veículos "multienergia"

Nos últimos três anos, marcas chinesas surpreenderam o mundo com sistemas elétricos e híbridos até então pouco comuns em carros de marcas tradicionais. Modelos do tipo plug-in a gasolina tornaram-se um diferencial nas vendas de veículos no Brasil, Europa e outros mercados.

Entretanto, agora, as chinesas falam em "plataformas multienergia". Com os desafios na venda de carros puramente elétricos em certas regiões, a solução é adotar plataformas que oferecem diferentes tipos de motorização. Inclusive, modelos só a combustão continuam no foco, apesar de parecerem obsoletos diante da eletrificação.

GAC Motor chega ao Brasil agora no mês de maio com quatro lançamentos, três deles elétricos e um modelo híbrido HEV
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Foto: Diogo de Oliveira/Estadão / Estadão

A GAC Motor, por exemplo, vai iniciar sua operação no Brasil no fim de maio com três veículos elétricos e um híbrido completo (HEV). A marca vai começar sua oferta com modelos mais caros, mas, conforme o chairman Mr. Wei Hai Gang, chefe de operações internacionais, a empresa também planeja comercializar carros a combustão no Brasil, com tecnologia flex.

"Vamos começar nossa operação no Brasil com elétricos e híbridos e, no fim de 2025, lançaremos modelos a combustão. Será um segundo passo. Temos uma gama completa, com diferentes tipos de motorização para atender as necessidades de cada mercado", confirma o executivo.

Segundo Wei Hai Gang, a montadora terá mais de 20 concessionárias até o fim do próximo mês de maio. A linha Aion de elétricos será a principal aposta da marca, que também vai atuar com modelos da divisão de luxo Hyptec. Apesar disso, o chairman promete preços competitivos e modelos flex ainda no fim de 2025. E até produção nacional.

Nova geração da Nissan Frontier surge no Salão de Shanghai com versão híbrida plug-in
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Foto: Diogo de Oliveira/Estadão / Estadão

Europeias se rendem para vender na China

Enquanto marcas chinesas avançam nas vendas dentro e fora da China, montadoras ocidentais buscam alternativas para voltar ao jogo no mercado chinês, o maior do mundo (em 2024, o país comercializou mais de 22 milhões de veículos novos).

É o caso da Volkswagen, que mostrou três protótipos em Xangai feitos para o mercado local. Já a Audi, que também faz parte do grupo VW, apresentou uma nova marca local, a AUDI - sem as quatro argolas e com o nome em caixa alta e por extenso.

E na ala das fabricantes japonesas, a Nissan, que vive profunda crise financeira, revelou a nova geração da picape Frontier, um de seus produtos mais importantes e com maior potencial global.

A picape surgiu completamente reformulada, com visual mais moderno, nova plataforma e inédito conjunto híbrido plug-in. Além disso, tem cabine bem "chinesa", com duas telas e enorme multimídia central.

Estadão
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