Renegade ou Avenger, o dilema do novo chefão da Stellantis
Emanuele Cappellano terá a difícil tarefa de substituir (ou não) o atual Jeep Renegade no país, abrindo mão de uma marca forte pelo Avenger
A Jeep vive um dilema no Brasil. Lançado em 2015, o Renegade é, desde então, o carro de entrada da marca no país. Além disso, o SUV popularizou a marca americana no mercado brasileiro, tornando-se líder de vendas por três anos seguidos. Desde o ano passado, no entanto, o Jeep Renegade não vende mais como antes. E pela primeira vez a Jeep confirma os estudos para ter um modelo menor do que ele no Brasil: o Avenger.
A informação foi confirmada nesta semana pelo CEO da Stellantis, Emanuele Cappellano, durante o anúncio do investimento de R$ 14 bilhões para a fábrica de Betim (MG) entre 2025 e 2030. De acordo com o executivo, o Jeep Avenger está em fase de estudos para o mercado brasileiro.
Entre idas e vindas, o Jeep Avenger já foi cogitado e descartado anteriormente pela própria Stellantis para o Brasil. Os planos, no entanto, podem ter mudado. Com porte semelhante ao do Fiat Pulse, o Avenger mede 4,08 m de comprimento (contra 4,26 m do Renegade) e é feito sobre a plataforma modular STLA Small, que é uma evolução da base CMP do novo Peugeot 2008.
Esta também será a plataforma das próximas gerações do Fiat Argo, Pulse e Fastback. De acordo com o novo chefão da Stellantis, o Avenger só chegaria ao Brasil com produção local, sendo um carro de volume da Jeep no país. O lançamento do modelo, no entanto, não seria antes de 2026.
Isso porque não há espaço para o Jeep Avenger e o atual Renegade no mercado brasileiro. Como o Renegade ganhará em breve a linha 2025, o Avenger deve demorar mais um pouco para chegar ao mercado. Com quase 10 anos de mercado, o Renegade já ganhou reestilizações em 2018 e 2022 – a última exclusiva para o Brasil e demais mercados da América Latina.
Apesar de ter ultrapassado a marca das 550 mil unidades produzidas e exportadas pela fábrica de Goiana (PE) para a América Latina, o Jeep Renegade vai sair de linha nos EUA e no Canadá em breve por conta das vendas baixas.
No Brasil, o SUV que já foi líder de vendas está atualmente em 7º lugar na categoria. Nos últimos anos, o Renegade perdeu as versões a diesel e ganhou preços mais elevados para abrir espaço para a chegada do Fiat Pulse.
Na Europa, o modelo será substituído gradualmente pelo Avenger, que conta com versões elétricas e híbridas mais eficientes. Como o porte dos dois modelos é semelhante – apesar de ser 18 cm mais comprido, o Renegade tem o mesmo entre-eixos de 2,57 m, seria inviável trazer o atual Avenger junto com o atual SUV.
No entanto, há rumores de que na Europa o Jeep Renegade pode ganhar uma nova geração a partir de 2026. Ela seria feita sobre a plataforma modular CMP e deve ter porte maior do que o modelo atual. Nesse caso, o Avenger chegaria ao Brasil como uma opção de entrada da Jeep, uma vez que o Renegade ganharia um porte maior. A alternativa de fazer o Avenger com nome de Renegade parece não ter muitas chances de vingar na cabeça de Cappellano.
Também é cogitado que o futuro Avenger feito no Brasil pode ser bem diferente do modelo europeu. De acordo com o site Auto+, o SUV ganhará melhorias no acabamento interno e novas linhas na dianteira. Sob o capô, o Jeep Avenger brasileiro deve ser equipado com o motor 1.0 turbo flex do Strada em versão micro-híbrida.
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Já a tração será 4x2, com a possibilidade de uma versão híbrida 4xe chegando posteriormente ao mercado. A produção seria feita em Betim (MG), que receberá R$ 14 bilhões em investimentos para modernização até 2030. De qualquer forma, a vida dos SUVs da Jeep será bem agitada nos próximos anos no Brasil.
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