Chevrolet Spin 7 lugares: será que ainda vale comprar a veterana minivan?

Há muito tempo se discute: comprar a Chevrolet Spin é bom negócio? Levando em conta que a General Motors mantém a minivan em linha há quase 14 anos, dá para notar que sim. Afinal, toda empresa joga para ganhar e, se algum produto não vale a pena, o único caminho é a descontinuação. E, pelo jeito, o modelo da GM passa bem longe disso.

Nessa história, que começou em 2012, a Spin já recebeu mudanças daqui e dali, agregou equipamentos, abandonou outros mais antigos, tirou e acrescentou versões de acabamento, subiu preços, e por aí vai. Porém, sempre procurou manter (e consegue) o ótimo custo-benefício.

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Com tantas opções de SUVs no mercado - que têm porte semelhante ao da Spin -, quem opta pela minivan tem em mente, na maioria dos casos, a oferta de sete lugares. É tanto que as versões LTZ (R$ 150.790) e Premier (que você vê ao longo desta página e sai por R$ 160.390) são as melhores opções dentro da gama, que conta ainda com os acabamentos 1.8 AT (R$ 119.900) e LT (R$ 133.690) - ambas com cinco assentos.

O modelo topo de linha avaliado pelo Jornal do Carro oferece ar-condicionado digital automático, câmera de ré, trio elétrico, bancos com revestimento premium em tom azulado e sistemas de segurança como alerta de colisão frontal, indicação de distância do veículo da frente, frenagem automática de emergência em baixa velocidade, aviso de saída de faixa, entre outros itens. E tem ainda, rodas de alumínio com 16?. Para dar um ar mais moderno e contribuir para a funcionalidade, traz quadro de instrumentos digital de 8 polegadas e central multimídia com 11?, bastante intuitiva e fácil de mexer.

Aircross é mais barato, mas não faz sucesso

Na concorrência também encontra-se opção com sete lugares, transmissão automática e lista de equipamentos semelhante. Um Citroën Aircross XTR, por exemplo, custa a partir de R$ 129.990. Porém, nem apelos como projeto mais moderno, design mais atraente e motorização turbo conquistaram o consumidor. Pelos números da Fenabrave, o modelo da marca francesa vende quase sete vezes menos que o GM por mês - em setembro, os números de emplacamentos somaram 1.906 unidades da Spin e 297, do Aircross.

Comodidade

Em síntese, quem tem família grande ou trabalha com transporte de pessoas (principalmente, taxistas), aliás, acaba se rendendo aos encantos da Spin. O modelo está longe de ser um primor em acabamento, modernidade e visual (reestilizado no primeiro semestre do ano passado), mas agrada pelo pacote completo, que garante o conforto e a segurança necessários para quem está a bordo.

É bem verdade, porém, que os dois bancos extras quando utilizados deixam o porta-malas bastante restrito. Com os sete assentos em uso, o espaço do bagageiro fica com modestos 162 litros de capacidade. Ou seja, dá para levar todo mundo em viagens longas, mas nada de muita tranqueira. Seja como for, vale pela versatilidade, principalmente para quem, por exemplo, tem três filhos e precisa carregar a babá, ou quer levar os priminhos dos filhos, um casal de amigos, enfim. Mas, um adendo: a última fileira não é espaçosa. O lado bom é que um carro só resolve. Isso, entre outras vantagens, reduz o gasto com combustível e pedágios.

Desempenho

A Chevrolet Spin tem motor 1.8 aspirado flex de até 111 cv. E nem cobra tão caro no consumo de combustível. Durante a convivência com o Jornal do Carro, fez média superior a 9 km/l com o uso de gasolina. Um pouco alto para os dias de hoje, quando já se fala em carros híbridos que superam os 40 km/l, mas, aqui não há qualquer eletrificação.

Pelo contrário, o motor é bem antigo e acompanha toda a vida do carro. Por um lado, pode torcer o nariz de quem prefere opções mais modernas, turbinadas, e eletrificadas. Por outro, conquista pela confiabilidade e porque dá conta do recado e oferece bom desempenho.

Aliás, mesmo sendo um carro familiar, não deixa a desejar na cidade e na estrada. Tem gás. Isso é mérito, em partes, do torque de 17,7 mkgf, disponível a relativamente breves 2.600 rpm. Entretanto, com o carro cheio e pisando fundo, faz bastante barulho. Merecia melhor isolamento acústico. E o câmbio automático de seis marchas se atrapalha, não tem trocas eficientes. E, para realizar trocas manuais, o motorista precisa recorrer aos velhos botões "+" e "-" na própria alavanca - tão anos 2000... Em compensação, a calibração da suspensão é ótima.

A Chevrolet Spin, em síntese, não é um carro brilhante. Tem projeto antigo e abusa do uso de plástico na cabine, por exemplo, mas é bastante satisfatória e, sim, vale a pena para quem usa todos os assentos. Um carro funcional, que custa pouco, principalmente se levarmos em conta que - salvo o Aircross - todas as outras opções de sete lugares oferecidas no País são mais caras. É o caso, por exemplo, do Caoa Chery Tiggo 8, o terceiro sete lugares mais barato do País, que já quase encosta nos R$ 200 mil. E essa lista tem até modelos que superam meio milhão de reais, valor que nem dá para ser considerado pela esmagadora maioria da população brasileira.

PRÓS

Opção de sete lugares é o principal trunfo do carro, principalmente para quem tem família grande; modelo tem sistemas de assistência a condução e central multimídia intuitiva

CONTRAS

Câmbio automático poderia ser mais eficiente; projeto já sente o peso da idade e motor antigo causa rejeição de parte do público, que prefere algo mais potente e turbinado

Ficha Técnica

Chevrolet Spin Premier

• Motor: 1.8, 16V, 4 cilindros em linha, flex
• Potência: 106 (G)/111 cv (E) a 5.200 rpm
• Torque: 16,8 mkgf (G)/17,7 mkgf (E) a 2.600 rpm
• Câmbio: Automático, 6 marchas; tração dianteira
• 0 a 100 km/h: 11 segundos
• Velocidade máxima: 170 km/h
• Comprimento: 4,42 metros
• Largura: 1,77 metro
• Altura: 1,70 metro
• Entre-eixos: 2,62 metros
• Porta-malas: 162 litros (7 lugares); 553 litros (5 lugares)
• Peso (ordem de marcha): 1.292 kg
• Preço sugerido: R$ 160.390

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