BMW X7 troca V8 por seis cilindros, mas sem perder a majestade entre os SUVs
SUV mais luxuoso da BMW ganhou versão com motor 3.0 seis cilindros turbo de 381 cv no lugar de V8 de 530 cv em prol da consciência ambiental
O SUV mais luxuoso da BMW no Brasil agora tem uma versão "de entrada", por assim dizer. O grandalhão X7 ganhou no País a variante xDrive40i M Sport, apresentada em setembro por R$ 999.950. Ela é consideravelmente mais em conta do que a versão M60i, que continua no catálogo da marca por enquanto, por R$ 1.282.950.
A diferença está sob o capô. O xDrive40i tem motor seis cilindros em linha de 3,0 litros, turbo, de 381 cv, em vez do V8 de 4,4 litros de 530 cv. O câmbio continua o automático de oito marchas, junto com a tração integral nas quatro rodas controlada automaticamente. Segundo a BMW, as duas versões irão conviver apenas enquanto os estoques do X7 V8 durarem nas lojas.
A decisão por trazer uma motorização menor reflete uma preferência mundial por modelos menos gastões, de acordo com a marca. Embora possa parecer que o público alvo de um modelo que custa R$ 1 milhão não se importe tanto com consumo ou emissões, a BMW afirma que acompanha a tendência global.
Pudera, segundo o Inmetro, o X7 V8 faz médias de 6,3 e 7,7 km/l de gasolina em cidade e estrada, respectivamente, a despeito do sistema híbrido leve. A nova versão ainda não aparece no programa de etiquetagem, mas um X6 com o mesmo 3.0 chega aos 10,1 km/l na estrada, média bem mais aceitável.
Mas também, seu principal rival no Brasil, o Mercedes-Benz GLS, é vendido em versão única, a 450 4Matic, equipada com um seis cilindros híbrido leve, também 3.0, também com 381 cv. O preço? R$ 989.900.
No console central, fica a pequenina alavanca de câmbio, de cristal, junto do seletor giratório do sistema iDrive, além do botão do freio de estacionamento e do ajuste da suspensão a ar.
As duas poltronas dianteiras são muito confortáveis, revestidas de couro Merino, com direito a massagem e diversos ajustes elétricos. Na segunda fileira, o nível de conforto é quase o mesmo, com bastante espaço para cabeça e pernas de três ocupantes. É possível também ajustar eletricamente a inclinação do encosto e a distância dos bancos da frente.
A terceira fileira acomoda duas pessoas, porém não espere que dois adultos de estatura média consigam se encaixar com muito conforto ali. Embora seja bem mais espaçoso do que um SUV compacto, ou mesmo do que um modelo como uma Toyota SW4, pessoas com mais de 1,70 terão que viajar com as pernas mais encolhidas por conta do assoalho mais alto. Mas há até fixação Isofix para cadeirinhas infantis também na terceira fileira.
Balé peso pesado
Em movimento, o X7 não disfarça os 5,18 metros de comprimento e os mais de 2.500 kg, mas nem de longe intimida o motorista. Pelo contrário, o posto de comando do X7 coloca o motorista acima da maioria dos outros carros e SUVs da rua (até mesmo de picapes médias), dando ao motorista plena segurança para navegar com o SUV grande pelo trânsito.
É difícil ouvir o motor da cabine, ou mesmo sentir seu funcionamento. Em paradas, o start-stop desliga e religa o propulsor praticamente sem ser notado, salvo por uma leve vibração, quase que intencional, para diferenciá-lo de um carro elétrico. Os 381 cv, no entanto, se fazem presentes e o SUV acelera com vigor, a despeito das duas toneladas e meia. Segundo a BMW, são 5,8 segundos para a acelerar de 0 a 100 km/h, com velocidade máxima de 250 km/h.
Os sistemas de auxílio à condução funcionam com intervenção discreta. Monitores de faixa de rolamento e de ponto cego ajudam a manter o corpanzil do X7 no lugar, enquanto o controle de cruzeiro adaptativo deixa a condução na estrada mais fácil. Há também câmeras 360° e assistente de marcha ré, capaz de memorizar um percurso de manobra e refazê-lo automaticamente na hora de sair de uma vaga complicada, por exemplo.
Na estrada em velocidade de cruzeiro, o X7 se comporta quase como um sedã grande de luxo. O silêncio impera, quebrado apenas pelo excelente sistema de som com alto falantes da Bowers & Wilkins de 1.450 watts, e raramente pelo murmúrio do seis cilindros, mais rascante do que o borbulhar do V8.
Andar com um carro deste "quilate" é uma imersão num universo bastante particular. É pensar que a terceira fileira poderá ser usada não por crianças, mas por funcionários, e que o consumo menor do seis cilindros pode ser um ponto a mais na segurança, já que parar num posto expõe os preciosos ocupantes aos perigos de uma abordagem.
Pensando por esse lado, o X7 tem alguns poucos pontos que podem desagradar. Botões dos vidros elétricos são de plástico, bem como as partes mais baixas do console central também trazem um plástico rígido que não combina muito com a etiqueta milionária do modelo.
São pontos que não depõem contra o modelo, mas podem incomodar quem vai dispender de tal quantia para rodar com o melhor dos melhores.
Prós
Motor seis cilindros consegue levar com destreza os quase 5,20 metros do X7. Câmbio de oito marchas faz trabalho quase imperceptível e mantém propulsor sempre em faixa de melhor entrega de força.
Contra
Alguns materiais na cabine ainda poderiam ser de melhor qualidade, como plásticos usados em botões e em revestimento em áreas menos nobres da cabine.
Ficha técnica
BMW X7 xDrive40i M Sport
- Motor: dianteiro, gasolina, 6 cil, gasolina, híbrido-leve
- Câmbio: automático, 8 marchas
- Potência: 381 cv
- Torque: 55 mkgf
- Comprimento: 5,18 m
- Largura: 2,00 m
- Altura: 1,83 m
- Distância Entre-Eixos: 3,10 m
- Porta-malas: 300/750/2.120 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 5,8 segundos
- Velocidade máxima: 250 km/h
- Preço sugerido: R$ 999.950
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