Surpresa em Londres, Kitadai chega ao Mundial de Judô como realidade

Quando chegou a Londres, em 2012, para o primeiro dia de competições do judô nos Jogos Olímpicos, o judoca Felipe Kitadai não figurava entre os favoritos para um lugar no pódio, tanto que ocupava apenas a 13ª posição no ranking mundial dos ligeiros (60kg). Um ano após a medalha de bronze, a primeira das 17 conquistadas pelo Brasil, ele sabe que virou uma realidade para a disputa do Mundial de Judô do Rio de Janeiro, a partir da próxima segunda-feira (26). 

“Eu não sei se faz muita diferença, e não tenho pensado muito nisso. Mas deve fazer, sim. É a primeira vez que eu entro como medalhista olímpico. Depois eu te digo qual é a diferença”, brincou o judoca, no primeiro treino de toda a delegação brasileira reunida para a disputa da competição, na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, zona sul do Rio.

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Kitadai subirá ao tatame do ginásio do Maracanãzinho logo no primeiro dia de disputas, como é de praxe nas competições de judô, e sabe que hoje virou foco de estudo dos adversários, até por ocupar, neste momento, o terceiro posto no ranking mundial de sua categoria. 

“Com certeza estou sendo mais estudado. As últimas competições foram duras, e já tive que ser mais versátil. É o que eu tenho focado nos meus treinos: chegar no lugar onde eu quero treinando de formas diferentes”, explicou o judoca paulista, que, após a medalha de bronze em Londres, manteve-se, pelo menos, entre os cinco primeiros dos torneios que disputou. 

Ainda em 2012, após as Olimpíadas, ficou de novo com o bronze, desta vez no Grand Slam de Tóquio. Este ano, já faturou o ouro no Mundial Militar, foi também campeão pan-americano, além do terceiro lugar no Grand Slam de Moscou e no Mundial Masters, ambos na Rússia, além de um quinto posto no Grand Slam de Paris. 

No Rio de Janeiro, ele espera contar com o apoio da família e da torcida para conquistar o inédito ouro em sua carreira e juntar-se ao hall de nomes como Tiago Camilo, Luciano Corrêa e João Derly, todos campeões mundiais de judô – competição com importância menor para os atletas apenas se comparada aos Jogos Olímpicos. 

“Minha família foi para Londres e já me deu uma ajuda com cinco, seis pessoas. Agora eu quero ver como vai ser num ginásio inteiro sendo nosso. Espero que seja uma grande força. Não sei quantos vão ser, nem me envolvo muito, eles que estão se organizando”, finalizou.