Para evitar confronto, governo de MG afasta polícia de bloqueio no Mineirão
Em reunião realizada na noite desta terça-feira com membros do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, prometeu medidas para evitar novos confrontos antes do jogo entre Brasil e Uruguai, nesta quarta-feira, pela semifinal da Copa das Confederações.
A principal delas será a distância da Polícia em relação ao bloqueio na Avenida Abrahão Caram com a Avenida Antonio Carlos. Palco das principais pancadarias nos outros dois jogos disputados no estádio pelo torneio, o local terá apenas grades delimitando a área em que os manifestantes serão impedidos de entrar.
Com a medida, a expectativa é evitar a tensão que marcou o encontro entre as duas partes nas partidas México x Japão e Taiti x Nigéria. No último sábado, o confronto se estendeu até a madrugada com quebra-quebra e vandalismo em várias partes da cidade. O episódio fez governantes e policiais engrossarem o discurso e prometerem Tolerância Zero com excessos no protesto de quarta, mas diante de um acirramento de ânimos que poderia agravar o enfrentamento houve um recuo na postura.
"O Estado de Minas Gerais tem o dever de dar segurança aos manifestantes. A manifestação deve ocorrer de maneira pacífica e serena. As orientações para a Polícia Militar são nesse sentido. Eventuais respostas devem ser limitadas àqueles que fizeram as agressões. Faremos esforço total para que tenhamos manifestações pacíficas", declarou Anastasia.
Durante a tarde desta terça, a Polícia apresentou o plano de segurança para a final com a presença de 5567 policiais na cidade. Diante de boatos e sugestões nas redes sociais de que a manifestação pretendia bloquear todos os acessos ao Mineirão e impedir até as delegações de chegar ao local, o comandante Coronel Márcio Martins Sant’Ana mostrou preocupação com a possibilidade de a organização do jogo ficar comprometida.
As negociações entre representantes sociais e o Governo resultaram também na promessa de um canal aberto para as reivindicações da Assembleia Popular Horizontal. A reportagem do Terra acompanhou nesta terça-feira uma reunião do grupo e os temas propostos para discussão.
Veja o que ficou acordado na ata da reunião:
1) As manifestações devem ocorrer em clima pacífico;
2) A resposta da Polícia Militar deve se limitar àqueles que agredirem a Polícia;
3) Foi acordado que na Avenida Abrahão Caram, no local originalmente previsto como ponto de bloqueio das manifestações, seja instalado apenas uma barreira física, sem a presença de barreira humana (Policiais Militares ); os militares guardarão distância considerável;
4) Para o ato do dia 26/06/2013 será criado uma comissão sintética de acompanhamento das manifestações composta por um membro mediador da própria manifestação e um membro da Polícia Militar;
5) O Governador se pronunciará garantindo o exercício da livre manifestação e a segurança dos manifestantes;
6) Será aberta uma mesa de negociação com as pautas reivindicatórias deliberadas pela Assembleia Popular Horizontal onde serão indicados um representante para cada plataforma de reivindicação;
7) Está prevista nova reunião com o Governador e a mesma composição desta, para apresentação das pautas levantadas pela Assembleia Popular Horizontal;