Rossi, Power e brasileiros disputam 8 Horas de Indianápolis
Valentino Rossi e Will Power estreiam na final do IGTC em Indianápolis, com Farfus, Hahn e Khodair na briga por pódio e título de construtor
As 8 Horas de Indianápolis, etapa final do Intercontinental GT Challenge (IGTC) e do GT World Challenge America, ocorrem entre 16 e 18 de outubro, definindo os campeões de pilotos e construtores. O evento, realizado no icônico Indianapolis Motor Speedway, reúne 25 carros em três classes, com destaque para a estreia de Valentino Rossi e Will Power, além da participação de pilotos brasileiros.
A BMW terá a presença do italiano Valentino Rossi, nove vezes campeão mundial de MotoGP, no BMW M4 GT3 EVO nº 46 da equipe WRT. Rossi dividirá o carro com o líder do campeonato, Kelvin van der Linde, e Charles Weerts, atual campeão do IGTC, que não pode defender o título por estar fora da pontuação máxima. “Nos conhecemos do WEC”, disse Rossi sobre Van der Linde. “É a primeira vez com ele. Aproveitei muito, ele é um cara ótimo. Ele é muito rápido e forte. Este ano foi fantástico para Kelvin, com muitas vitórias.” Rossi, que venceu no circuito em 2008 na MotoGP, estreia nas quatro rodas em Indianápolis e busca apoiar Van der Linde na conquista do título. “Se eu puder ajudar Kelvin a vencer o campeonato, ficarei muito feliz”, afirmou. Seu melhor resultado no automobilismo é o segundo lugar nas 12 Horas de Bathurst, em fevereiro de 2025.
No carro nº 777, o brasileiro Augusto Farfus compete ao lado de Raffaele Marciello e Al Faisal Al Zubair, atendendo ao regulamento da classe IGTC Pro, que exige a inclusão de pelo menos um piloto classificado como Prata ou Bronze (veja tabela abaixo para detalhes sobre as categorias de pilotos). Farfus, atualmente em terceiro na classificação geral, não tem mais chances de conquistar o título, enquanto Marciello, oito pontos atrás do líder Kelvin van der Linde, segue na disputa. Van der Linde, que venceu o GT World Challenge Europe e a Sprint Cup em 2025 com Charles Weerts, pode se tornar o primeiro piloto a conquistar ambos os campeonatos no mesmo ano. “A primeira prioridade é o título de construtores para a BMW”, afirmou Van der Linde. “A segunda é vencer a corrida, e a terceira é decidir entre eu e Lello (Marciello).” Ele destacou a temporada: “No IGTC, vencemos corridas com nossas próprias mãos, com ritmo puro.”
Graduações de Pilotos — FIA (Endurance)
Resumo das categorias de graduação de pilotos usadas em campeonatos de endurance sancionados pela FIA (Platina, Ouro, Prata e Bronze).
| Graduação | Descrição / Critérios (resumo) | Perfil típico |
|---|---|---|
| Platina | Pilotos profissionais com histórico substancial de resultados internacionais e/ou afiliação a equipe fábrica. Normalmente têm experiência recente em categorias de topo (F1, WEC, DTM, Indy, Fórmula E, etc.). Considerados os mais experientes e rápidos. | Profissionais de ponta, múltiplos pódios/vitórias internacionais, frequentemente contratados como pilotos de fábrica. |
| Ouro | Pilotos profissionais ou semiprofissionais com bons resultados em categorias relevantes, mas sem o mesmo currículo internacional extenso de um Platina. Alto nível de velocidade e consistência. | Pilotos profissionais com experiência sólida em campeonatos nacionais ou internacionais, mas com menos destaques que Platina. |
| Prata | Pilotos jovens talentosos, profissionais em início de carreira, ou amadores rápidos com boas performances. O prata é frequentemente usada para equilibrar grid. | Jovens promissores, pilotos em transição para profissional, ou amadores competitivos com resultados notáveis. |
| Bronze | Pilotos amadores ("gentleman drivers") sem carreira profissional substancial. Foco em participação e desenvolvimento — normalmente o grupo mais acessível para equipes privadas. | Amadores, pilotos de lazer com experiência limitada em competições de alto nível. |
O australiano Will Power, bicampeão da IndyCar e vencedor da Indy 500 de 2018, faz sua estreia em corridas de carros esportivos pela 75 Express, no Mercedes-AMG GT3 nº 75, ao lado do dono da equipe, Kenny Habul, e do astro da Supercars, Chaz Mostert. “É uma chance de mergulhar nas corridas de GT”, disse Power, que venceu cinco vezes no traçado misto de Indianápolis. A participação marca o início tardio de sua carreira em GT, após desistir da Rolex 24 de Daytona em 2023 para apoiar sua esposa, Liz, durante complicações de uma cirurgia. A saída de Power da Team Penske, uma equipe mais restritiva em relação a participações fora da IndyCar, também motivou sua decisão de competir em outras categorias, como as corridas de GT. Habul e Power, amigos de longa data, competiram juntos na Fórmula Ford Australiana.
Os brasileiros Marcelo Hahn, Christian Hahn e Allam Khodair formam o trio da Ferrari 296 GT3 da AF Corse e Blau Motorsport. “Sou um grande fã de corridas de endurance e estou empolgado por competir em um evento icônico, em um dos maiores templos do automobilismo mundial”, disse Marcelo Hahn. Christian, também competidor na Porsche Carrera Cup Brasil, destacou: “É um prazer voltar a pilotar a Ferrari com meu pai e contar com a experiência de Allam. Em uma corrida de oito horas, estratégia e consistência podem ter um papel maior. Estamos confiantes em terminar a temporada com um pódio brasileiro.” Khodair, conhecido como “Japonês Voador”, reforçou: “Marcelo e Christian estão em ótima forma, e nossa escalação é mais forte e competitiva. Nosso ritmo nos testes de quarta-feira mostrou que podemos lutar na frente.” O trio já venceu junto em 2015, nas 200 Milhas de Homestead, com uma Lamborghini Gallardo RE-X.
A lista de inscritos inclui 11 carros na classe Pro, com nomes como Rossi, Power, Van der Linde e Marciello. Conor Daly retorna à Random Vandals, no BMW nº 99, com Kenton Koch e Connor De Phillippi, líderes do GT World Challenge America Pro. Lucas Auer reforça a JMF Motorsports, no Mercedes-AMG nº 34, com Michai Stephens e Mikaël Grenier. A Random Vandals também inscreve o BMW nº 51, com o vencedor de 2023, Philipp Eng, Varun Choksey e Bill Auberlen. A Wright Motorsports retorna com o Porsche 911 GT3 R nº 120, pilotado por Adam Adelson, Elliott Skeer e Laurin Heinrich, após terminar em segundo em 2024 devido a uma penalidade. A RS1, campeã do GT World America Pro em 2023, terá Alessio Picariello no Porsche nº 18, enquanto a Earl Bamber Motorsport alinha Adrian D’Silva, Ricardo Feller e Sven Müller no Porsche nº 61.
Na classe Pro-Am, com 12 carros, a Turner Motorsport (BMW nº 29, com Patrick Gallagher, Justin Rothberg e Robby Foley) e a DXDT Racing (Corvette Z06 GT3.R nº 11, com Alec Udell, Blake McDonald e Matt Bell) decidem o título do GT World Challenge America. Outros destaques incluem Nicky Catsburg (Corvette nº 50) e Klaus Bachler (Porsche nº 32). Na classe Am, a Dollahite Racing (Ford Mustang GT3 nº 6, com Stefano Gattuso) enfrenta a AF Corse (Ferrari nº 163, com Conrad Grunewald). A BMW busca o título de construtores contra Porsche, Mercedes e Ferrari, com cinco carros na classe Pro. As equipes Racers Edge Motorsports e CRP Racing desistiram da prova.
