PUBLICIDADE

Williams tem 'brilharecos' individuais, mas se vê ainda presa à âncora potente em 2022

Nicholas Latifi liderou a primeira sessão da Williams em quase cinco anos, Alex Albon teve performances milagrosas — e de pontos — na Austrália e em Miami... e só. Apesar de alguns poucos momentos para sorrir na F1 2022, equipe de Grove segue com o pior carro do grid. Nem as novas regras da categoria mudaram isso

16 ago 2022 - 04h15
Compartilhar
Exibir comentários
A Williams segue com o pior carro do grid da Fórmula 1
A Williams segue com o pior carro do grid da Fórmula 1
Foto: Williams / Grande Prêmio

QUAIS OS CINCO MELHORES PILOTOS DA FÓRMULA 1 2022 ATÉ AGORA?

2 de setembro de 2017. Naquele sábado muito chuvoso em Monza, Felipe Massa levou a FW40 ao topo dos ponteiros no terceiro e último treino livre da Fórmula 1 para o GP da Itália. Com tempo de 1min40s660, em uma sessão que teve somente 16 minutos de bandeira verde, o brasileiro mal deveria saber que esta seria a última vez, em um bom tempo, que a Williams figuraria na dianteira de uma sessão.

Vamos agora a 30 de julho de 2022. Quase cinco anos depois, a equipe de Grove voltaria ao topo de uma sessão de Fórmula 1. E foi do jeito mais inesperado possível, com Nicholas Latifi — sim, você não leu errado, Nicholas Latifi — na dianteira do terceiro treino livre para o GP da Hungria. Assim como Massa, foi, entretanto, uma liderança circunstancial.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Isso porque o canadense foi um dos últimos a ir para a pista de Hungaroring, após acidente de Sebastian Vettel no fim do TL3. Com um traçado que secava cada vez mais após a chuva que caiu durante grande parte da sessão, Latifi aproveitou a evolução do circuito e cravou a volta derradeira. Milagre.

O que absolutamente não foi circunstancial foi a maneira com que Alexander Albon construiu os únicos 3 pontos da Williams em 2022. Na Austrália, uma exibição primorosa: depois de largar em último lugar por conta de uma punição, o tailandês batalhou contra o desgaste dos compostos da Pirelli e segurou seus pneus duros — em ritmo de classificação, detalhe — por 57 (!!!) voltas. No giro final, foi aos boxes, viu a equipe de Grove calçar os compostos macios em seu FW44 e conseguiu cruzar a linha de chegada em 10º. Heroico. 

O feito de Albon na Austrália resultou em elogios da Williams (Foto: Williams)

Em Miami, Albon aproveitou um raro bom ritmo da Williams, escalou o pelotão depois de largar em 18º e recebeu a bandeirada novamente na 10ª posição — mas subiu um degrauzinho na tabela final depois de Fernando Alonso ser punido.

Pronto. Sim, já falamos tudo de positivo que aconteceu com a Williams em 2022. De resto, é chover no molhado e repetir a triste frase, assim como temos feito nos últimos anos: a equipe de Grove tem, indiscutivelmente, o pior carro do grid da Fórmula 1. Não há nova era técnica que dê jeito nisso.

O ano é, mais uma vez, decepcionante. Dessa vez, existia expectativa — devido ao regulamento atualizado da Fórmula 1. Ano novo, vida nova, não é mesmo? O reduzido teto de gastos poderia ser um alento, uma luz no fim do túnel para diminuir a distância com o restante do pelotão. Que nada.

Nem assim a Williams consegue se desprender da âncora que a acompanha desde 2018. O FW44 não responde aos diferentes acertos e atualizações. Tem falhas crônicas: quase não há correlação com os dados sempre levantados pelos engenheiros com o que se vê nas pistas do calendário.

Falando um português bem claro: é um bólido mal nascido. 

+ Ferrari se acovarda, foge da raia e mostra que é máquina de fracassos na Fórmula 1

"Estamos devendo tanto em ritmo, e isso desde o início. Com pouco combustível, com muito combustível, quando os pneus estão bem ou quando estamos gerenciando, estamos sempre muito longe. Para mim, tem que ser algo fundamental. Não existe situação ou condição na pista, mesmo quando os pilotos não estão forçando, que eu sinta que o ritmo esteja lá em comparação aos nossos competidores", disse Latifi. Resume bem o que é o carro da Williams em 2022.

Nicholas Latifi (Foto: Williams)

Mas se existem aqueles desconfiados da palavra de Latifi — afinal, não dá para ter o canadense como exemplo de piloto capacitado, capaz de extrair o máximo do carro que comanda —, fiquemos, então, com a palavra de Albon.

"É claro, não estamos onde realmente queremos estar. […] Na Red Bull, se você não ganha, não é bom. Aqui, temos de ser realistas em enxergar os pontos como um grande resultado", admitiu o tailandês.

MICK SCHUMACHER: FAZ SENTIDO COGITAR SEU NOME PARA ALPINE OU ALPHATAURI NA F1?

E é assim que a Williams segue caminhando na Fórmula 1, como já faz há algum tempo. Triste ver que uma equipe histórica, ano após ano, constrói carros cada vez mais difíceis, pesados, de pouca performance. Triste, também, saber que a realidade é essa — comemorar, e muito, um lugarzinho nos pontos. 

E só. Está de bom tamanho. Nem 2022 e seu novo regulamento técnico foi capaz de mudar isso. O calvário, que virou sinônimo do time, pelo visto vai continuar por um bom tempo.

FÓRMULA 1 2022 ESTÁ ABAIXO DA MÉDIA MESMO OU 2021 ESPETACULAR AFETA OPINIÃO?

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.
Grande Prêmio
Compartilhar
Publicidade
Publicidade