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"Herdeiro de Alonso", Maldonado deixa pecha de piloto pagante

14 mai 2012 - 08h15
(atualizado às 08h50)
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A biografia publicada no site oficial de Pastor Maldonado tem como título "nasce um campeão". A frase passou a fazer mais sentido neste domingo, quando o venezuelano deixou para trás de vez a pecha de ser apenas um piloto pagante de Fórmula 1 e se tornou o primeiro representante de seu país a vencer uma corrida na categoria.

Nascido em 10 de março de 1985 em Maracay, cidade de cerca de 1,8 milhão de habitantes localizada próxima à costa do Caribe, Maldonado veio ao mundo já conquistando seu primeiro "hat trick", conforme brinca o seu site oficial, lembrando que ele foi "o primeiro filho do casamento, o primeiro neto e o primeiro sobrinho da família Maldonado, onde o cultivo e a paixão pela velocidade sempre esteve em presente".

No Grande Prêmio da Espanha, o inédito "hat trick" do venezuelano na F1 não veio apenas por causa da volta mais rápida, que ficou com o francês Romain Grosjean, da Lotus. Já a vitória e a pole position foram para o piloto da Williams, que largou na primeira posição devido à exclusão do inglês Lewis Hamilton do treino classificatório.

O interesse de Maldonado por competições vem de longe. Aos quatro anos de idade, preferia ver os tios praticando com carrinhos YMCA, corridas tradicionais em seu país, do que passar tempo com seus brinquedos. Nessa idade, ele já andava de bicicleta - mas não a tradicional com rodinhos de apoio, e sim a de bicicross.

De tão interessado, ele foi vice-campeão nacional da modalidade no ano seguinte. Aos sete anos, em 1992, duas rodas já eram muito pouco para o sul-americano, que teve sua primeira experiência em um kart, convidado por um amigo. "Fiquei impressionado com esses carrinhos. Era como estar no céu", lembra ele. Depois de receber a permissão do pai para dirigir o primeiro minikart, "ninguém conseguiu" tirá-lo mais de um carro, conforme ressalta.

A partir daí, os bons resultados no kart se somaram: tricampeão estadual de Aragua, bicampeão nacional e duas vezes vice, vice-campeão da Copa do Canadá. Mas um dilema ameaçaria sua carreira a seguir: em 1999, com 15 anos, estava pronto para ganhar experiência em categorias da Europa, mas não queria abdicar dos estudos no Liceu Militar Libertador de Maracay.

"Amante dos desafios", conforme se define em seu site oficial, Maldonado decidiu encarar ambos: iniciou a carreira no Velho Continente e conseguiu o aval da escola para competir, sendo que, quando retornava a seu país, recuperava as aulas perdidas e fazia as provas necessárias.

"Apesar do ir e vir Pastor figurou entre os melhores alunos" de sua classe, segundo as palavras de sua página oficial. "Depois das corridas na Europa eu 'comia' os livros pois deveria me preparar o dobro que meus colegas. Deveria mostrar que não havia favorecimento para mim na escola, senão o contrário; era muito maior a exigência sob a disciplina militar", recorda o piloto.

Ao mesmo tempo, Maldonado passou a competir entre os melhores pilotos do mundo. Em 2003, estreou na Fórmula Renault Italiana e em 2004 foi campeão da série, terminando no oitavo lugar na Fórmula Renault Europeia. Mal sabia Stoddart, que viu Alonso estrear por sua equipe na F1 em 2001 antes de se sagrar bicampeão mundial pela Renault em 2005 e 2006, que menos de oito anos depois o espanhol disputaria uma vitória na categoria com o próprio Maldonado.

E quem levou a melhor foi o venezuelano, que conquistou ainda a primeira vitória da Williams desde que o colombiano Juan-Pablo Montoya levou o carro azul e branco ao lugar mais alto do pódio no GP do Brasil de 2004.

O resultado ignora de vez a pecha de piloto pagante colada em Maldonado durante seu ano de estreia na Williams, em 2011. Ele não nega que conta com um patrocínio milionário da PDVSA, estatal de petróleo de seu país, com um aporte inicial de 20 milhões de libras (R$ 63,2 milhões) anuais. Porém, ele lembra sempre que o apoio é para vários pilotos no geral e existiria mesmo se Hugo Chávez não fosse o presidente.

Atualmente, a companhia apoia pilotos venezuelanos na GP2, como Johnny Cecotto, Jr. e Giancarlo Serenelli, e na Fórmula Indy, caso de Ernesto José Viso. Mas nenhum tem um currículo como o de Maldonado, que agora inclui uma vitória na F1.

Será que realmente "nasceu um campeão" na Espanha? Próxima etapa da F1 marcada para 27 de maio, o GP de Mônaco, em cujas ruas Maldonado triunfou em 2007 e 2009 na época da GP2, pode ajudar a trazer essa resposta.

Alonso pressionou Maldonado na parte final da corrida, mas não chegou a ter a oportunidade de tentar a ultrapassagem. No fim, terminou com vantagem de menos de 1s para Raikkonen
Alonso pressionou Maldonado na parte final da corrida, mas não chegou a ter a oportunidade de tentar a ultrapassagem. No fim, terminou com vantagem de menos de 1s para Raikkonen
Foto: AFP
Fonte: Terra
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