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F1 X FIA: Ben Sulayem, um presidente encurralado no próprio jogo

Equipes se unem e apoiam a FOM (Liberty Media) e a F1 Academy. Para Sulayem restam recuo, ataque ou renúncia

6 dez 2023 - 18h53
(atualizado às 18h58)
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Resumo
A FIA anunciou uma investigação sobre o possível conflito de interesses entre membros de uma equipe da Fórmula 1 e a equipe Liberty Media, com cada equipe da F1, exceto a Mercedes, emitindo uma nota de repúdio. Isso deixa a FIA numa posição complicada, correndo o risco de uma cisão entre ela e a F1, com perda em ambos os lados.
Ben Sulayem e Domenicali: a luta continua e a FIA vai perdendo
Ben Sulayem e Domenicali: a luta continua e a FIA vai perdendo
Foto: Mohammed Ben Sulayem / X

Quem achava que teria folga depois do término da temporada da F1 se enganou redondamente. Nesta terça, a FIA anunciou que estaria iniciando procedimento para investigar um “potencial conflito de interesses” entre membros de uma equipe de F1 e a equipe da Liberty Media. Tratava-se de Susie e Toto Wolff (falamos disso tudo aqui).

Nesta quarta, um movimento forte começou. Inicialmente, se pensou em Christian Horner, que tem tido uma postura de discussão com Toto nos últimos tempos (embora tenham confraternizado bastante em Abu Dhabi), seria a origem da reclamação.

Porém, Horner foi à Sky Sports Inglesa e declarou que a informação não veio da Red Bull. Logo em seguida, houve o disparo coordenado de uma nota com a mesma redação por todas as equipes da F1, menos a Mercedes. A nota dizia que o pedido de investigação não havia partido daquela equipe, que havia plena confiança na FOM e que apoiavam fortemente a F1 Academy (iniciativa da F1 para estímulo de participação feminina em monopostos).

Esta posição tão firme dos times deixou a FIA numa condição complicada. Embora diga desde o início em “potencial conflito de interesses”, a entidade acabou indo para um caminho espinhoso. Diante do cenário, agora a FIA pode optar por deixar o processo correr dentro da burocracia e se esvaziar por si só por inércia ou tentar ainda ser mais obstinada e dobrar a aposta.

Só que qualquer uma deixa Ben Sulayem mais enfraquecido ainda. O emiradense havia se retirado um pouco dos holofotes, mas com o processo de escolha de novas equipes e com as situações que os comissários têm se colocado durante as provas, acaba dando munição para àqueles que desejam ver a FIA fora do caminho da F1.

Diz-se que Ben Sulayem teria escolhido um representante para poder negociar com a Liberty e os times e finalmente sair de cena, ficando realmente como um mandatário meramente cerimonial. Mas parece que a vontade de aparecer é maior e acaba ocasionando este tipo de coisa e a informação não se confirmou até o momento.

O mandato de Sulayem vai até o final de 2024. Ele pode ficar agora como um pato manco e se arrastar até o final ou simplesmente apresentar sua renúncia. Ela pode ser aceita ou não pelos membros da FIA. Caso positivo, uma nova eleição seria organizada para escolher quem assumiria o posto até o término do mandato original. Até lá, quem comanda a entidade é o Presidente do Senado da FIA, o espanhol Carmelo Sanz de Barros, com o apoio dos dois Vice-Presidentes: o esportivo e o de mobilidade.

Outra situação que vai se alimentando é a possibilidade de cisão da F1 com a FIA. Já tivemos momentos de crise em que isso quase aconteceu, mas é algo que não é bom para os dois lados: para a Liberty Media, seria a perda da possibilidade do uso da marca e, embora tenha ao seu lado as equipes mais importantes agora, teria que ter todo o ônus da organização. Para a FIA, seria a perda de importância e principalmente de receita. Embora a marca F1 seja dela, um campeonato novo teria que ter um custo grande de organização. E que marcas seriam atreladas a este campeonato?

É uma briga em que ambos perdem e tudo envolve dinheiro e poder. Mais uma vez a F1 se aproxima de momentos limites, tal qual 1981 e 2009 e, no final, houve um acerto que atendeu a todos os lados.

A conferir os próximos capítulos. É hora de preparar a pipoca.   

Parabólica
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