Horas depois de demitir o técnico Paulo Autuori, o Atlético-MG agiu rápido e contratou Levir Culpi para assumir o comando da equipe. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do clube. De acordo com a comunicação alvinegra, o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, viajou para Curitiba na tarde desta quinta-feira para negociar com o novo treinador. Levir assinou o novo vínculo com o time alvinegro até o fim de 2014.
Neste novo desafio, o técnico chega em um clube com grandes estrelas, mas em crise. O Atlético-MG não joga bem há algum tempo, perdeu recentemente o Campeonato Mineiro para o Cruzeiro e as atuações na Copa Libertadores são questionáveis. Na próxima semana, inclusive, na partida de volta das oitavas de final contra o Nacional-COL, a equipe precisa vencer por 2 a 0 para passar direto na competição continental.
Levir chega para a sua terceira passagem pelo Atlético-MG. A primeira vez que ele defendeu as cores alvinegras foi em 1994 e 1995 – com o clube mal no Brasileiro. Após o vínculo confirmado, o técnico conseguiu grande melhora da equipe no torneio nacional. No ano seguinte, conquistou o título mineiro.
Na passagem de 2001, o técnico dirigiu Ramon Menezes, Valdo, Guilherme, Marques e Gilberto Silva, em uma boa campanha do Campeonato Brasileiro. O time caiu nas semifinais do Campeonato Brasileiro para o São Caetano, por 2 a 1, em jogo que a chuva foi um diferencial.
A terceira, e mais comemorada, passagem do treinador pelo Atlético-MG foi em 2006. Levir foi o técnico da campanha da conquista da Série B do clube. Após conseguir a volta do time para a primeira divisão, o treinador ainda conquistou o título mineiro antes de aceitar a proposta do futebol japonês.
Culpi chega com o apoio da torcida. Ao ser anunciado pela diretoria alvinegra, vários torcedores se manifestaram favoráveis ao técnico – principalmente pelas conquistas de 2006 e 2007.
Entre seus principais títulos na carreira, Levir conquistou dois Campeonatos Brasileiros da Série B em 1988 (Inter de Limeira) e 2006 (Atlético-MG), uma Copa do Brasil em 1996 (Cruzeiro) e uma Recopa Sul-Americana em 1998 (Cruzeiro). O treinador já dirigiu grandes clubes do Brasil, mas se destacou com o Atlético-MG, com o Cruzeiro e com São Paulo.
Paulo Autuori está em momento complicado em sua carreira. Contratado para substituir Cuca no Atlético-MG, o treinador foi demitido depois de poucos meses de trabalho, o que marca mais um fracasso no futebol brasileiro
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O último bom trabalho de Autuori no Brasil foi em 2005, quando substituiu Emerson Leão no São Paulo e comandou a equipe tricolor nos títulos da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes
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Seu retorno ao futebol brasileiro aconteceu em 2007, no Cruzeiro, mas durou pouco tempo. Goleado pelo Atlético-MG por 4 a 0 na primeira final do Campeonato Mineiro, o treinador pediu demissão e passou a trabalhar no Oriente Médio. "Sou homem, tenho vergonha na cara e tenho dignidade", reclamou na época
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Em 2009, Autuori foi contratado pelo Grêmio e teve desempenho irregular: foram 36 partidas, com 13 vitórias, 12 derrotas e 11 empates. Ele ainda era responsável por fazer uma reformulação na base do clube, mas sua reestruturação não deu resultados. O técnico optou por deixar o Olímpico ao receber proposta do Al-Rayyan
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Depois de quase quatro anos no Oriente Médio, Autuori voltou ao Brasil em 2013 para ser técnico do Vasco. Novamente, porém, o trabalho não durou muito tempo. O treinador ficou três meses no clube e pediu demissão após apenas 11 jogos - quatro vitórias, dois empates e cinco derrotas
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Pouco depois de sair do Vasco, Autuori retornou ao São Paulo, que vivia uma séria crise. A presença do treinador, entretanto, pouco ajudou. Ele ficou no clube por apenas 13 jogos, em que colecionou duas vitórias, quatro empates e sete derrotas, e ainda conquistou a Taça Eusébio. Muricy Ramalho foi ao São Paulo para seu lugar e salvou o time tricolor do rebaixamento
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A última aposta em Autuori foi do Atlético-MG. Em 23 jogos à frente da equipe mineira, o treinador somou 11 vitórias, nove empates e três derrotas, mas as atuações da equipe não agradavam à torcida. A gota final foi o 1 a 0 para o Atlético Nacional, na primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores