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Socorro de BNDES e bancos à Latam deve mudar com recuperação judicial nos EUA

A operação brasileira da Latam, ao lado da argentina e paraguaia, ficou de fora do pedido de recuperação judicial nos EUA - ao menos até agora

26 mai 2020 - 16h37
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As condições exigidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos privados para socorrer a operação brasileira da Latam por conta dos impactos da pandemia devem ser alteradas diante do pedido de recuperação judicial (Chapter 11) feito nos Estados Unidos, apurou o Broadcast. O valor até então disponível à aérea deve ser reduzido, com aumento da percepção do risco após o pedido de recuperação judicial lá fora, enquanto a oferta de títulos a mercado, que complementaria a capitalização, tem grandes chances de não ser realizada.

Mais do que isso, a deterioração das condições somada à situação financeira do grupo, mais frágil diante da recuperação judicial, faz com que o plano de ajuda à Latam no Brasil corra sérios riscos de não sair, conforme mostrou o Broadcast, no dia 13 de maio. Por ora, uma fonte a par das negociações afirma que o socorro está mantido. No entanto, o pedido de recuperação judicial muda a estrutura da ajuda. "As condições da operação certamente mudam. É natural quando o risco aumenta", diz o vice-presidente de um grande banco, na condição de anonimato.

A operação brasileira da Latam, ao lado da argentina e paraguaia, ficou de fora do pedido de recuperação judicial nos EUA - ao menos até agora. Como o CNPJ no Brasil não foi afetado, a empresa poderia, em tese, tomar recursos junto ao BNDES. Entretanto, as mudanças nas condições podem, por fim, inviabilizar a ajuda e levar a aérea a também seguir com um pedido de recuperação judicial no País.

Ao longo das tratativas entre BNDES, bancos e as empresas aéreas, que estão entre as mais atingidas pela pandemia, o valor de ajuda já se reduziu. De cerca de R$ 10 bilhões para Gol, Azul e Latam, caiu para algo em torno de R$ 4 bilhões, conforme antecipou o Broadcast, no dia 10 de maio.

O presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, lamentou hoje, em entrevista ao Estadão/Broadcast, a redução do cheque, mas está confiante de que a ajuda do governo Bolsonaro virá. Segundo ele, a empresa já discute com os bancos uma alternativa para não precisar se listar na B3, uma das condições exigidas pelo BNDES às empresas aéreas. "A gente ainda não convergiu, mas estamos analisando os prós e contras de cada opção", disse o executivo.

Fruto da fusão entre Lan e TAM há dez anos, a Latam é a única que não tem capital aberto no Brasil e o fato sempre foi visto como um empecilho na ajuda à companhia, como revelou o Broadcast. No passado, a companhia já teve papéis negociados na Bolsa brasileira, mas cancelou os títulos por falta de liquidez.

Não bastasse o fato de não estar listada na B3, o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos deve jogar um balde de água fria na eventual oferta de títulos que iria ao mercado. Isso porque ainda que a operação brasileira tenha passado - até então - ilesa, o evento deve pesar no apetite dos investidores, de acordo com especialistas.

As condições do pacote de socorro, baseado em ofertas públicas de títulos de dívida (parte deles em bônus conversíveis em ações), previam que o BNDES ficasse com 60%, bancos privados 10% e o restante (30%) fosse a mercado. "Acho difícil a oferta voar por mais que o pedido de recuperação judicial seja nos Estados Unidos e no Chile", afirma o executivo de outro banco, na condição de anonimato.

Procurado, o BNDES não se manifestou.

Estadão
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