Japão emite alerta de intervenção mais severo e diz que o iene está se desviando dos fundamentos
O Japão tem liberdade para lidar com os movimentos excessivos do iene, disse a ministra das Finanças, Satsuki Katayama, nesta terça-feira, emitindo a mais severa advertência até o momento sobre a prontidão de Tóquio para intervir no mercado de câmbio para deter a forte desvalorização da moeda.
"Absolutamente não reflete os fundamentos", disse Katayama em uma coletiva de imprensa sobre a queda do iene após entrevista do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, na semana passada.
"Não acredito que teria ido tão longe a menos que houvesse movimentos especulativos. O governo tomará as medidas adequadas contra movimentos excessivos", com base no acordo do Japão com os Estados Unidos em setembro sobre a política cambial, disse ela.
Os comentários, em grande parte, refletem os que ela falou em uma entrevista à Bloomberg na segunda-feira.
O iene subia após os comentários de Katayama, embora não tenha se distanciado muito da mínima de 11 meses de 157,78 registrada na sexta-feira.
Em uma declaração conjunta emitida em setembro, o Japão e os EUA reafirmaram seu compromisso com as taxas de câmbio "determinadas pelo mercado", concordando que as intervenções cambiais devem ser reservadas para combater o excesso de volatilidade.
Segundo autoridades japonesas, a declaração lhes dá o direito de intervir quando os movimentos do iene se desviarem dos fundamentos econômicos e apresentarem oscilações excessivamente grandes.
A última vez que Tóquio interveio no mercado de câmbio foi em julho de 2024, comprando iene depois que a moeda atingiu a mínima de 38 anos de 161,96 por dólar.
O iene fraco tornou-se uma fonte de dor de cabeça para as autoridades japonesas, uma vez que aumenta os preços das importações e a inflação, elevando assim o custo de vida das famílias.