Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Fundos de hedge sofrem com resgates e baixa rentabilidade: entenda

22 jan 2024 - 09h03
(atualizado às 09h23)
Compartilhar
Exibir comentários

Os investidores de fundos de hedge sofreram no ano de 2023 tanto no Brasil quanto no exterior. Essa classe de fundos multimercado tem visto o número de resgates aumentar cada vez mais, ao passo que sua rentabilidade fica aquém das expectativas.

No ano passado, no Brasil, os investidores de hedge funds realizaram o maior resgate da história dos fundos multimercados, retirando R$ 134,3 bilhões. A carteira com o patrimônio mais representativo não conseguiu sequer bater o CDI, referência para os investimentos em geral, que foi 13,1%.

Lá fora, um artigo publicado no site InvestmentNews provocou os investidores questionando o papel e a relevância dos Fundos de Hedge no cenário atual de investimentos nos Estados Unidos, destacando o declínio dessa classe na comparação com um passado recente, quando eram muito recomendados por consultores financeiros.

O artigo também aponta uma tendência de mudança nas alocações dos investidores, com aumento nos investimentos em renda fixa, ETFs, private equity e investimentos em moedas estrangeiras, reduzindo a alocação em ações e investimento nos Fundos de Hedge.

Por fim, o autor citou críticas de consultores aos fundos, relacionando razões como taxas elevadas dos fundos, liquidez limitada, falta de transparência e regulamentação. Especialistas consideram que os fundos de hedge não oferecem desempenho consistente, especialmente em comparação com índices de mercado mais amplos.

De acordo com João Arthur Almeida, CIO e diretor de Wealth Management do Grupo Suno, esses fundos têm sofrido com a alta taxa de resgate e clientes insatisfeitos com a performance. Mas isso não significa que esses ativos não sejam atrativos, pois ainda têm alguns que, na média, têm retorno ajustado pelo risco.

"Gestão de risco e retorno mais caros"

Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, lembra que essaclasse de fundo possui exposição em diferentes ativos como ações, private equity, títulos de crédito, commodities e moeda. E que, por isso, a gestão de risco e retorno tornam-se mais caros e menos transparentes ao investidor, exigindo um maior esforço por parte da gestão. Isso porque a regulação permite que parte desses fundos omitam grandes alocações em ativos, sejam elas posições compradas, vendidas ou operações mistas e hedgeadas.

"Em um cenário de intensa volatilidade e incertezas frente ao comportamento da curva de juros, da moeda e do preço das commodities, torna-se cada vez mais difícil para essa classe de ativos apresentar retornos consistentemente acima de seu benchmark, dado o nível de volatilidade sobre a qual as cotas estarão expostas", completou Belitardo.

Ainda vale a pena investir parte da carteira nesses fundos?

João Arthur afirma que para o investidor mais sofisticado, que busca uma alternativa para descorrelacionar a carteira, esses fundos ainda podem ser uma boa opção - mas, para o investidor médio, que busca simplificar seu leque de investimentos, há alternativas melhores, de menor custo e mais transparentes.

"Esses fundos têm um efeito de diversificação que pode ser interessante para o investidor mais sofisticado", afirmou.

Belitardo, no entanto, diz não acreditar que o retorno dos fundos de hedge compense a volatilidade incorrida por eles, dado o nível de esforço necessário para entregar ganhos consistentes e que compensem os custos do fundo.

"Essa classe de ativos exige uma estrutura operacional eficiente de controle dos riscos, cujo reflexo está nas altas taxas de administração e performance", complementou.

O gestor da Hike afirmou que a perspectiva para esses fundos continua negativa para 2024, dado que em cenários de estresse na economia, os investidores buscam soluções mais assertivas e transparentes.

O que são fundos de hedge?

São conhecidos por usar estratégias de investimento complexas e sofisticadas, que visam obter retornos mais altos aos investidores e gerenciar riscos. Geralmente, são procurados por investidores que buscam técnicas de investimentos mais arriscadas.

No Brasil, são conhecidos genericamente como Fundos Multimercados. No entanto, nem todos fundos multimercados são hedge - a maioria deles utiliza esse nome apenas por questões regulatórias.

Normalmente, os fundos de hedge têm mais liberdade para investir e aplicar seus recursos, sem se limitar a políticas rígidas, podendo alocar desde operações de day trade com ações, aplicação em títulos privados, opções, swaps, arbitragem de commodities e até mesmo aquisição de imóveis e obras de arte.

Essa classe de fundos também pode utilizar ferramentas como alavancagens, vendas a descoberto, aluguel de ativos e demais operações estruturadas.

Vantagens e desvantagens dos fundos de hedge

Ângelo Belitardo, da Hike Invest, vê como vantagens a capacidade em diversificar a exposição do risco da carteira do investidor em diversas variáveis macroeconômicas.

"Caberá ao gestor calibrar as posições em ativos mais assertivos", diz.

Entre as desvantagens, citou a falta de transparência na alocação, estrutura elevada de custos e baixa liquidez características desses Fundos de Hedge.

Suno
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade