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EXCLUSIVO-Eleito, Biden consultaria aliados sobre futuro de tarifas à China, dizem assessores

29 out 2020 - 08h39
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O democrata Joe Biden consultaria imediatamente os aliados dos Estados Unidos antes de decidir sobre o futuro das tarifas de seu país à China, buscando uma "alavancagem coletiva" para se fortalecer diante de Pequim, se for eleito presidente, disseram alguns de seus principais assessores na quarta-feira.

Joe Biden discursa em Wilmington, no Estado norte-americano de Delaware
28/10/2020 REUTERS/Brian Snyder
Joe Biden discursa em Wilmington, no Estado norte-americano de Delaware 28/10/2020 REUTERS/Brian Snyder
Foto: Reuters

Em uma entrevista à Reuters seis dias antes da eleição presidencial, os dois assessores disseram que o ponto de partida seria não repetir os erros do presidente Donald Trump, que impôs tarifas a produtos europeus e canadenses como parte de sua pauta "A América Primeiro", antagonizando parceiros norte-americanos essenciais.

"O erro do governo Trump foi andar sozinho. E isso deu à China uma saída de emergência", disse Jeffrey Prescott, ex-conselheiro sênior de política externa do governo do ex-presidente Barack Obama.

Os assessores não quiseram dizer se o candidato presidencial democrata, caso eleito, estaria inclinado a revogar as tarifas enormes que Trump usa para manter uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

"Ele não se fechará em nenhuma postura prematura antes de vermos exatamente o que estamos herdando", disse Prescott. "Mas consultar aliados será uma parte central disto."

A disputa comercial acirrada é só uma das principais fontes de tensão entre Washington e Pequim, cujas relações atingiram seu ponto mais baixo em décadas devido a uma série de temas, como o coronavírus, Hong Kong, roubo de propriedade intelectual, direitos humanos, Taiwan e o Mar do Sul da China.

A China é um tema de política externa central da campanha presidencial de 2020. Em comícios, Trump afirmou muitas vezes que Biden adotará uma postura mais branda com o país asiático.

Biden reagiu, dizendo que será mais duro com a China do que Trump e que não temerá usar barreiras comerciais --mas somente quando elas fizerem sentido.

Em maio, por exemplo, ele disse ao sindicato de metalúrgicos dos EUA que as tarifas ao aço e ao alumínio permanecerão até se negociar uma solução global que limite o excedente de produção, centrado em grande parte na China.

Trump e seus assessores argumentam, sem provas, que a própria China está pagando as tarifas norte-americanas. Devido às implicações políticas de se amenizar a pressão sobre a China, ainda há duvidas sobre a perspectiva de Biden agir rapidamente para reduzir as tarifas se for eleito.

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