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Ambição profissional: impulsionando ou distorcendo o sucesso?

Na vida pessoal e profissional, é necessário entender o quão alto se deve voar para manter a sua integridade

29 abr 2024 - 05h55
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Resumo
Uma quantidade moderada de ambição pode ser benéfica para impulsionar a motivação, a criatividade e o desempenho no trabalho, mas quando a ambição torna-se excessiva e descontrolada pode levar a comportamentos destrutivos. A Teoria da Autodeterminação explora as motivações intrínsecas e extrínsecas por trás do comportamento humano e a história de Ícaro aponta que é necessário encontrar o ponto ideal de ambição para alcançar a estabilidade e o êxito.
Foto: Adobe Stock / Montagem Homework

A ambição é frequentemente citada como uma força motriz para o sucesso profissional. No entanto, os limites entre a ambição saudável e o comportamento prejudicial têm sido objeto de debate e análise por pesquisadores e profissionais de diversas áreas.

Uma pesquisa conduzida pela Harvard Business Review revelou que uma quantidade moderada de ambição pode ser benéfica para impulsionar a motivação, a criatividade e o desempenho no trabalho. Porém, quando a ambição se torna excessiva e descontrolada, pode levar a comportamentos destrutivos, como competição desleal, sabotagem de colegas e até mesmo burnout.

Vamos imaginar uma fogueira. Quando adequadamente controlada e direcionada, pode aquecer do frio, servir para preparar alimentos, ser a atração de um festejo cultural. Por outro lado, se o fogo não for controlado, pode se transformar em um incêndio descontrolado, destruindo tudo em seu caminho.

O mesmo acontece com os níveis de ambição. Na sua forma saudável, a chama é cuidadosamente ajustada para fornecer a quantidade certa de calor, permitindo que nossos objetivos e aspirações sejam alcançados de maneira equilibrada e produtiva.

Enquanto na ambição destrutiva, a chama está fora de controle, consumindo tudo em sua volta. Nesse estado, ela se torna uma força avassaladora, levando à exaustão, estresse e danos emocionais.

A Teoria da Autodeterminação

Existe uma teoria motivacional, chamada de Teoria da Autodeterminação que é uma estrutura psicológica que explora as motivações intrínsecas e extrínsecas por trás do comportamento humano. Ela traz 3 necessidades psicológicas básicas que são:

1 – Necessidade de Autonomia: refere-se ao desejo intrínseco de ser o autor de nossas próprias ações e de ter o controle sobre nossas escolhas.

2 – Necessidade de Competência: envolve a busca por oportunidades para aprender, crescer e desenvolver habilidades.

3 – Necessidade de Relacionamento: A necessidade de relacionamento refere-se ao desejo de conectar-se com os outros e de sentir-se parte de uma comunidade ou grupo social. 

Perceba que a ambição está presente nas 3 necessidades mencionadas. Ao estabelecer metas que são autenticamente suas, você está exercendo controle sobre a sua vida e moldando seu futuro. É a ambição que te move a tomar decisões e direcionar seu próprio caminho. 

O desejo de se tornar melhor em uma profissão, dominar uma habilidade ou atingir um determinado nível de sucesso está diretamente ligado à necessidade de competência. Ou seja, quanto mais competente me sinto, mais me sinto motivado e ambicioso em buscar a autorrealização.

Por fim, quando nossas necessidades de relacionamento são atendidas, experimentamos um senso de pertencimento, intimidade e conexão emocional com os outros. Ambiciosamente ávidos por relações interessantes que promovam trocas substanciais.

O outro lado da moeda, é quando essas ambições interferem nestas esferas de modo doentio, levando o indivíduo a agir de maneira tóxica em relação a si e aos demais. É crucial encontrar a medida certa ao lidar com nossa ambição.

Você conhece a história mitológica de Ícaro?

Na mitologia grega, Ícaro e seu pai, Dédalo, foram aprisionados em um labirinto pelo Rei Minos. Para escapar, Dédalo construiu asas feitas de penas e cera, alertando Ícaro para não voar muito perto do sol, pois o calor derreteria a cera e faria com que as asas se desintegrassem.

Ícaro, seduzido pela promessa de liberdade e do potencial ilimitado dos céus, ignorou o conselho sábio de seu pai e voou cada vez mais alto. Sua ambição descontrolada e excesso de confiança o levaram à sua própria ruína, quando o sol derreteu as asas de cera e ele caiu morto.

Na vida pessoal e profissional, é necessário entender o quão alto se deve voar para manter a sua integridade. Tendo como premissa a história de Ícaro, descobrir o ponto ideal de ambição - nem excessivamente alto, nem excessivamente baixo - é essencial para alcançar a estabilidade e o êxito.

(*) Aline Sousa é headhunter,  consultora de RH, mentora de carreira, professora universitária e LinkedIn Top Voices.

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