Tom crítico e inovações: relembre marcas que William Bonner deu ao Jornal Nacional
O jornalista se despede do JN na noite desta sexta-feira, 31
Após 29 anos no Jornal Nacional, William Bonner se despede do principal telejornal da Globo na noite desta sexta-feira, 31. Ao longo de quase três décadas na bancada, o jornalista, que teve parceiros como a ex-mulher Fátima Bernardes, também deixou a própria marca no jornalístico em diferentes ocasiões.
- Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Como âncora e editor-executivo do JN, Bonner imprimiu um tom crítico em momentos recentes da história brasileira, como nas sabatinas com candidatos à Presidência e na cobertura da pandemia de Covid-19. Além disso, ele introduziu inovações antes consideradas inimagináveis no telejornal.
Veja abaixo algumas marcas que Bonner deixou no JN:
Saída do estúdio
Em um tempo em que os âncoras mal levantavam da bancada, Bonner quebrou o protocolo ao deixar o estúdio. Nas eleições de 2006, ele apresentou o JN de diferentes cidades, viajando de ônibus com Pedro Bial e equipe. Em 2010, no ano eleitoral seguinte, viajou o país de avião com Ernesto Paglia. Levar o JN ao centro da notícia é uma prática mantida até hoje, como visto na cobertura das inundações no Rio Grande do Sul.
Sabatinas
Como editor-chefe, Bonner se destacou na condução das sabatinas com os candidatos à Presidência, adotando um tom incisivo nos últimos anos. Essa postura estendeu-se aos debates eleitorais: nas eleições de 2022, ele interveio para um "pedido de resposta" após ser citado diretamente em um debate entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
Homenagens a colegas
Tradicionalmente, o Jornal Nacional encerra com um momento de silêncio ao noticiar a morte de uma personalidade. Essa abordagem tem raras exceções, como no caso da morte de algum colega jornalista, que passa a ganhar uma salva de palmas dos âncoras e dos demais profissionais da Globo. Essa quebra de protocolo, marcante, ocorreu quando Bonner puxou uma salva de palmas para Tim Lopes (jornalista assassinado por traficantes) e, mais recentemente, após a morte de Glória Maria.
Pandemia
A cobertura da pandemia de Covid-19 moldou o noticiário nos últimos anos. Ao abordar o alto número de mortes no Brasil, Bonner fez discursos sérios e com um tom crítico sobre a gravidade do assunto, reforçando o impacto do telejornal no dia a dia do brasileiro.