'Homem Sem Medo' do 'Fantástico', Jonathan Goodwin diz temer a morte

Na ponta de uma corda está um carro pronto a ser jogado por um penhasco. Na outra ponta, com um cadeado fechado, está Jonathan Goodwin, um escapista inglês que virou a atração do Fantástico, da TV Globo, desde domingo (25).

Chamado de "O Homem sem Medo", Goodwin tem pouco mais de 15 segundos para abrir o cadeado com um arame e escapar da morte. Essa e outras loucuras fizeram desse dublê inglês um dos maiores sucessos da TV britânica no último ano. E ele é sucesso não apenas na Inglaterra, mas nos Estados Unidos, Austrália, Espanha, Holanda e África.

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Fã do célebre Harry Houdini, Goodwin conversou com exclusivade com o Terra durante sua passagem pelo Rio de Janeiro para provar suas habilidades em um evento da BBC. Confira:

Terra - Você é um super-herói?

Jonathan Goodwin -

 É uma ambição. Como toda criança eu era fascinado por super-heróis. Mas eu li um livro sobre Harry Houdini, dado pelo meu pai, e fiquei fascinado com ele. Porque ele era de verdade e fazia aquelas coisas de verdade.

Terra - Foi difícil dizer ao seu pai que queria ser Houdini?

Jonathan Goodwin -

 É claro que meu pai gostaria que eu tivesse um emprego normal. Mas a culpa foi toda dele por ter me dado o livro.

Terra - Você tem menos medo da morte do que outras pessoas?

Jonathan Goodwin -

 Não, pelo contrário. Por isso mesmo que estou aqui agora falando com você. Para fazer as coisas que eu faço, tenho que ser muito mais cuidadoso com toda a preparação, para que possa ter certeza de que vou escapar e poder fazer o próximo número.

Terra - Quanto tempo você leva para preparar um número?

Jonathan Goodwin -

 Depende do que vou fazer, porque têm coisas que eu levo anos planejando. Mas, em geral, levo duas ou três semanas preparando efetivamente um número. Mas pode levar também de dois a três meses. Depende da dificuldade.

Terra - Houdini é seu ídolo. Ele é sempre sua inspiração?

Jonathan Goodwin -

 O interessante é que na época em que Houdini viveu tinham muitos aventureiros, que não eram tão famosos quanto ele, mas que faziam coisas incríveis e que o público hoje não faz ideia de como era feitas. Hoje em dia as coisas ficaram mais seguras. Acabo que me espelho quase sempre em um homem fortíssimo, chamado John Holton, que era capaz de pegar uma bola de canhão com as mãos. A primeira vez que ele tentou pegar, e a bola pesava 22 Kg e era disparada de um canhão, ele perdeu três dedos. Mas, ainda assim, voltou a tentar. Viu o que fez de errado e tentou outra vez e conseguiu.

Terra - O que você pensa dos feitos de Felix Baumgartner?

Jonathan Goodwin -

 Felix é um homem extraordinário. Eu estava em casa vendo quando ele pulou e foi um evento incrível. Vi depois o filme sobre o projeto e tive informações privilegiadas sobre tudo. Durante a preparação quase sempre o próprio Felix era o mais calmo de todos. O que posso te dizer é que o balão que o levou até a estratosfera custou 500 mil libras (cerca de R$ 1,8 milhão). E tiveram que fazer dois. Quando chegou na hora, tiveram que jogar um fora porque não funcionou. Ou seja, ele só tinha um balão e tinha que funcionar. E é assim nas coisas que eu faço também. Tudo tem que ser muito bem planejado porque as consequências podem ser muito ruins.

Terra - Felix veio ao Brasil e saltou do Cristo Redentor. Você pensa em fazer algo semelhante por aqui?

Jonathan Goodwin -

 Adoraria fazer isso aqui. Os cenários são incríveis, lindos. Mas pessoas que fazem o que eu faço não pensam em um pano de fundo. Felix poderia ter saltado de um guindaste e ninguém se importaria. Mas o Brasil está nos meus planos sim.