Não suporto Arminda da novela 'Três Graças', mas a vilã de Grazi Massafera é necessária na trama e indispensável para a TV brasileira
Entenda quais as razões que fazem Arminda (Grazi Massafera) ser amada e odiada por mim
Ser fã de Arminda na novela 'Três Graças' não é algo fácil. E talvez exatamente por isso eu ache que ela é absolutamente necessária na televisão brasileira. Na atual novela das nove da Globo, a vilã vivida por Grazi Massafera incomoda, provoca rejeição e gera desconforto.
Arminda carrega a raiz mais clássica de Aguinaldo Silva: ricaça, bela, venenosa, dona de bordões, frases cruéis e de uma franqueza que beira o insuportável. Ela é herdeira direta de vilãs icônicas como Nazaré Tedesco ('Senhora do Destino'). Rejeita visitas inesperadas sem culpa, humilha funcionários sem rodeios, decreta que alguém "não tem cacife" nem para estudar Medicina. É cruel como toda boa vilã de novela da Globo precisa ser.
Arminda não é simpática, nem extrovertida, nem tenta conquistar o público com charme ou humor. Ela é sarcástica, perspicaz e profundamente humana, porque, apesar de se achar sempre no controle, segue vivendo do único jeito que sabe: pela teimosia, pela soberba e pela convicção de que o mundo deve se adaptar a ela. Isso incomoda. E é exatamente por isso que funciona.
Grazi Massafera está muito bem no papel. Segura, fria quando precisa ser, afiada no texto e confortável na maldade.
Qual é o problema de Arminda?
Ao mesmo tempo, o problema de Arminda não é a atriz, é a falta de uma rival à altura. Sem um confronto real, a personagem gira em falso, como uma vilã infantilizada, quase caricata, que cria conflitos porque não tem para onde ir.
A rival existe, Zenilda (Andreia Horta), esposa de...
Matérias relacionadas