Livros de ficção, infantojuvenis e de colorir dão otimismo ao varejo, que deve fechar 2025 no azul
De acordo com apuração de instituto de pesquisa, em 2025, as vendas de livros cresceram mais de 7% em relação a 2024, com a ajuda dos livros de colorir que voltaram a ser febre no País
Bons ventos no varejo de livros no Brasil. De acordo com o relatório Painel do Varejo de Livros, realizado mensalmente pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen, as vendas de livros por varejistas brasileiras cresceram entre 2024 e 2025, graças a uma boa performance dos livros de ficção, infantojuvenis e de colorir.
Pela apuração do Painel, em setembro, os estabelecimentos monitorados pela Nielsen venderam 3,8 milhões de exemplares, o que representa aumento de 8,95% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento do faturamento é ainda maior, saltando de R$ 178,2 milhões para R$ 197,5 milhões, crescimento de 10,84% nesta mesma base de comparação.
O setor vem em uma boa maré desde 2024, quando encerrou o ano com crescimento de 8,43% no faturamento, acima, portanto da inflação. Isso deve se repetir em 2025, já que o Painel mostrou números positivos em quase todos os meses, menos em março, quando apontou queda tanto no número de unidades vendidas quanto no faturamento.
De janeiro a setembro de 2025, o relatório registra acumulado de 8,85% no faturamento e de 7,72% no número de unidades vendidas. Em números absolutos, o Painel mostra a venda de 40,2 milhões de exemplares vendidos, o que rendeu faturamento de R$ 2 bilhões. Tudo mais constante, o varejo deve finalizar o ano no azul.
O setor, claro, festeja os números positivos. "Comemoramos a volta ao crescimento neste período, esperando que ao ingressar no último trimestre possamos realmente fechar o ano com números positivos", comentou Dante Cid, presidente do SNEL, em comunicado enviado à imprensa.
O fenômeno do livro de colorir
O ano de 2025 repete o fenômeno de 2015, quando os livros de colorir impactaram positivamente o varejo no Brasil. Dez anos depois, a febre voltou. Mas, o Painel mostra que, mesmo retirando da conta os Bobbie Goods e companhia, o varejo apresenta crescimento de 1,25% em número de exemplares vendidos e de 5% no faturamento.
Outro dado chama a atenção de quem olha para o Painel com mais atenção é o crescimento das categorias ficção e infantojuvenis, que cresceram mais do que Não Ficção Trade, categoria na qual a Nielsen enquadra os livros de autoajuda. Luiz Gaspar, diretor regional da Nielsen Book Brasil, comenta: "O fenômeno de livros de colorir contribui bastante para o resultado geral, assim como os livros de Ficção e Literatura Infantojuvenil que continuam marcando presença, inclusive dentro do ranking dos top 10 mais vendidos. Essa posição, tradicionalmente dominada no Brasil por títulos de autoajuda, desenvolvimento profissional e religioso, agora dá lugar a novas vozes e gêneros".
Para ilustrar esse movimento, Gaspar lembra de dois títulos infantojuvenis que mereceram destaque entre os mais vendidos de setembro: O Caderno de Maldade do Scorpio 2, de Maidy Lacerda, e Aliada do Vilão, de Hannah Nicole Maehrer, recém-lançados pela Planeta e pela Globo Livros, respectivamente.