Mulher é cercada por homens do bloco 'As Muquiranas' e guarda civil intervém
O bloco publicou uma nota contra o uso de pistolas d'água no carnaval e pediu a punição individual dos foliões
Viralizou nas redes sociais o vídeo de uma mulher sendo cercada por foliões vestidos com o traje do bloco As Muquiranas, durante o carnaval de Salvador, no circuito Osmar (Campo Grande/Avenida). A mulher tenta se desvencilhar dos homens que seguram armas que soltam jatos d'água, mas é cercada. A ação só é interrompida com a chegada da Guarda Civil Municipal (GCM), que dispersa o grupo.
O vídeo causou revolta nas redes sociais. A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) foi uma das personalidades que se manifestaram sobre o caso. "Olha o desespero dessa mulher, cercada pelos homens do bloco 'As Muquiranas', homens que se 'fantasiam de mulheres' no carnaval. Isso não é uma bricadeira . É assédio, desrespeito, agressão e não deve ser tolerado", publicou.
Olha o desespero dessa mulher, cercada pelos homens do bloco “As Muquiranas”, homens que se “fantasiam de mulheres” no #Carnaval Isso não é uma #bricadeira . É #assédio #desrespeito #agressão e não deve ser tolerado. Não fosse a interferência da #guardacivil o que aconteceria? pic.twitter.com/c0qj3tfNge
— Olívia Santana (@oliviasantana65) February 22, 2023
Com a repercussão do vídeo, As Muquiranas publicou uma carta aberta. No início do texto, a organização fala primeiro sobre outras ações de vandalismo vinculadas aos integrantes do bloco. Em seguida, explica que são contra o uso das pistolas d'água, mas não podem proibir o uso. "Já fomos à Câmara Municipal de Salvador e também já procuramos o Ministério Público, que estão acima de nós, para que criem uma lei que proíba o cidadão adentrar o circuito portando pistolas d'água no carnaval", diz a carta.
"Não podemos controlar o comportamento das pessoas que depreciam patrimônio público e nem daqueles que cometem assédio ou quaisquer outros crimes", continua o comunicado, que ressalta a parceria do bloco com entidades públicas, como a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude e o Ministério Público.
As Muquiranas pede, por fim, que sejam avaliadas as ações individuais dos foliões, sem que haja generalizações.
Depois que o vídeo viralizou, outras mulheres também compartilharam relatos de desrespeito durante a passagem do bloco.
hoje eu e um grupo de amigas vivemos a pior experiência do carnaval de salvador. fomos atacadas por um grupo de homens do bloco “as muquiranas” que não só nos molharam inteiras como nos agrediram verbal e fisicamente
— Samira Soares 🐍🌈 (@narrativasnegra) February 22, 2023
Vendo várias opiniões sobre o bloco Muquiranas e a parada é tão embaixo que chegou uma mulher ferida no módulo de saúde do TCA depois de ser perseguida nas "brincadeiras" deles. Ela se estressou, escorregou e bateu a cabeça. Chegou lá de maca
— Geovana Oliveira (@ge_oliveirac) February 22, 2023