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Ana Maria Gonçalves, nova imortal, fala sobre ABL: 'Ser único em um lugar traz um peso muito grande'

Autora de 'Um Defeito de Cor', ela é a primeira mulher negra a ser eleita imortal da Academia Brasileira de Letras; eleição foi na tarde desta quinta, 10

11 jul 2025 - 01h45
(atualizado às 09h07)
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Resumo
Ana Maria Gonçalves foi eleita a primeira mulher negra imortal da Academia Brasileira de Letras e destacou a importância de sua representatividade e o impacto do pioneirismo na sociedade.
Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL)
Ana Maria Gonçalves é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL)
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ana Maria Gonçalves ainda estava processando o fato de que havia sido eleita a primeira mulher negra na Academia Brasileira de Letras quando falou com o Estadão na tarde desta quinta-feira, 10. Ela foi escolhida para ocupar a cadeira de número 33, que pertenceu a Evanildo Bechara, após receber 30 dos 31 votos de acadêmicos. A poeta indígena Eliane Potiguara recebeu o outro voto.

A autora de Ao Lado e À Margem Do Que Sentes Por Mim (independente, 2002) e Um Defeito de Cor (Record, 2006) disputou a vaga, segundo o site oficial da instituição, com outros 13 candidatos: dez homens e três mulheres.

"Eu acho que eu estou em um delay ainda. Estou vivendo o momento aqui agora, mas acho que vai cair a ficha mesmo daqui a algum tempo", disse ela. "Estou muito feliz com o resultado e, principalmente, por começar a fazer parte de uma instituição como a ABL, que lida com a coisa mais importante na minha vida: a literatura."

Ana Maria Gonçalves será a 13ª mulher a vestir o fardão da ABL - a a primeira mulher negra. "Além de ser um motivo para comemorar, é também um motivo para nós começarmos a pensar o que significam esses primeiros, esses únicos. Numa sociedade brasileira onde as mulheres negras são a maioria do extrato social, por que só agora?", refletiu.

A escritora afirmou que espera que sua eleição seja uma possibilidade de abertura e um exemplo para que outras mulheres negras também se candidatem - algo que ela confessa que não pensava até poucos meses atrás.

"Uma das coisas mais cansativas nessa história das mulheres, e principalmente das mulheres negras, é esse pioneirismo. Essa coisa de ser o único em um lugar traz um peso muito grande", afirmou.

Ana Maria citou a questão da inteligência artificial na produção de livros como uma das preocupações de seu trabalho a partir de agora na ABL: "Quero começar a pautar essas novas possibilidades de uso da língua portuguesa de uma maneira a se preservar o trabalho dos escritores e dos artistas".

"Eu também gostaria muito de levar um público para a ABL que não se via representado lá dentro", disse a escritora. "Para que mais do que se ver representado, esse público também possa estar lá, presencialmente", finalizou.

Estadão
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