Cientistas usam IA para melhorar sabor de cerveja; veja resultado
Conjunto de dados foi utilizado para treinar 10 modelos que conseguiram prever com precisão gosto, cheiro e textura das bebidas
Uma nova pesquisa publicada na revista Nature Communications nesta terça-feira (26) envolveu a análise de 250 cervejas comerciais para desenvolver modelos de IA capazes de prever a preferência dos consumidores e para melhorar o sabor dos produtos.
Inteligência artificial (IA) na cerveja: parece loucura? Não para uma nova pesquisa publicada na revista Nature Communications nesta terça-feira (26).
Pesquisadores desenvolveram modelos de IA capazes de identificar a preferência dos consumidores por determinadas cervejas belgas e quais compostos os fabricantes devem adicionar para melhorar os sabores.
O processo envolveu a análise de 250 cervejas comerciais ao longo de cinco anos, medindo suas propriedades químicas e gostos. As análises foram combinadas com avaliações de um painel de degustação treinado e 180 mil resenhas da plataforma online RateBeer, avaliando aspectos como sabor, aparência, aroma e qualidade geral.
Conheça alimentos produzidos por fungos e bactérias
O conjunto de dados foi utilizado para treinar 10 modelos de aprendizado de máquina, que conseguiram prever com precisão o gosto, o cheiro e a textura da cerveja, bem como a probabilidade do produto ser bem avaliado pelos consumidores.
Os modelos de IA, inclusive, superaram o painel humano de especialistas em prever a avaliação recebida por uma cerveja no RateBeer. Além disso, foi possível identificar compostos específicos que contribuem para o aumento da afinidade do consumidor.
Usando previsões do modelo, por exemplo, os pesquisadores adicionaram uma mistura de compostos a uma cerveja sem álcool, que foi avaliada significativamente melhor em termos de corpo e doçura do que sua versão anterior.
"Nosso estudo revela como a big data e o aprendizado de máquina revelam ligações complexas entre a química dos alimentos, o sabor e a percepção do consumidor, e estabelecem as bases para o desenvolvimento de alimentos novos e personalizados com sabores superiores", diz o artigo.
