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Psicodélico que pode causar parada cardíaca é testado para combater vícios

Novas pesquisas reacendem o debate sobre o uso da ibogaína, substância que promete revolucionar o tratamento da dependência de opioides

5 mar 2024 - 11h44
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Potencial da ibogaína no combate à epidemia de opioides é discutido em estudos
Potencial da ibogaína no combate à epidemia de opioides é discutido em estudos
Foto: Marco Schmidt, CC BY-SA 2.5 via Wikimedia Commons

Novos estudos investigam se a ibogaína, um potente alucinógeno extraído da raiz da iboga, arbusto nativo da África Central, pode ajudar no tratamento para a dependência de opioides.

O composto, cuja comercialização é proibida no Brasil, desencadeia uma intensa experiência psicodélica que pode durar mais de 24 horas, além de poder causar parada cardíaca súbita. As pesquisas, por outro lado, indicam que a ibogaína pode interromper a dependência em opioides, cocaína ou crack após apenas uma sessão terapêutica.

Pesquisadores estão intrigados com o duplo benefício da droga: ela alivia a agonia da abstinência e diminui os desejos, instigando um desejo de sobriedade. 

Em um artigo publicado na Nature Medicine em janeiro, por exemplo, pesquisadores testarram as interações químicas em veteranos de guerra. Os participantes tomaram uma dose oral da droga e, após o tratamento, experimentaram uma redução média de 88% nos sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, 87% nos sintomas de depressão e 81% nos sintomas de ansiedade. Os efeitos duraram pelo menos um mês.

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A uma reportagem do The New York Times publicada nesta terça-feira (5), a paciente Jessica Blackburn contou que superou a dependência de heroína e permanece sóbria há oito anos graças à ibogaína.

“Minha maior frustração é que mais pessoas não têm acesso a isso", disse.

Isso porque a ibogaína é ilegal nos Estados Unidos, fazendo com que pacientes tenham de ir ao estrangeiro para fazer terapia com a droga — muitas vezes em clínicas não regulamentadas.

No Brasil, apesar da proibição da comercialização, a ibogaína é utilizada em alguns ensaios clínicos. Até o final de fevereiro, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP ainda buscavam voluntários para avaliar o efeito da ibogaína em pessoas com transtorno por uso de álcool.

Fonte: Redação Byte
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