Homens mais velhos que decidem ter filhos enfrentam um problema extra: as mutações genéticas acumuladas
As mutações vão se acumulando e ter filhos aos 70 anos não é exatamente a melhor das ideias
Os homens não têm um limite natural definido que determine uma hora de parar de ter filhos (como acontece com as mulheres) — embora, aos poucos, vá se tornando mais complicado. Mas, mesmo sem esse limite, optar por ser pai em idades avançadas não é o mais recomendável devido aos grandes riscos envolvidos, como apontou um estudo publicado recentemente na revista Nature.
A ideia de que a idade da mãe é um fator crucial para a saúde do bebê está profundamente enraizada na consciência coletiva, e sabe-se que uma maior idade está associada a doenças como a síndrome de Down. No entanto, a ciência já acumula há anos evidências de que a idade do pai também desempenha um papel fundamental.
Já sabíamos que cerca de 80% das novas mutações genéticas (aquelas que não são herdadas de nenhum dos pais) provêm da linhagem germinativa paterna. O que não sabíamos era a magnitude do mecanismo que acelera esse processo.
Espermatozoides egoístas
A equipe de pesquisadores do Wellcome Sanger Institute, no Reino Unido, liderada por Raheleh Rahbari e Matthew Neville, deu nome ao problema: seleção egoísta de espermatogônias.
Em termos simples, isso significa que certas mutações genéticas não apenas alteram um gene, mas conferem uma vantagem competitiva às células-tronco que produzem os espermatozoides (as espermatogônias). Essas células mutadas se replicam mais rápido e com mais eficiência do que suas companheiras saudáveis, passando a predominar sobre os gametas adequados.
Como resultado, com o ...
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