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China e Irã estão na lista de "inimigos da internet"

15 mar 2013 - 11h14
(atualizado às 11h14)
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Os dois países estão novamente na lista dos que mais censuram a rede mundial de computadores, elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteiras. Bloggers contam como funciona o controle da informação pelo Estado.

A organização de direitos humanos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apontou nesta terça-feira (12/03), Dia Mundial Contra a Censura Cibernética, o Barein, a China, o Irã, a Síria e o Vietnã como "estados inimigos da internet".

Segundo a RSF, os governos desses cinco países praticam uma vigilância ferrenha sobre os provedores de comunicação, o que resulta numa significativa interferência na liberdade de informação da população.

"A censura e vigilância estão aumentando, o que ameaça a ideia original da internet: a rede como um local de liberdade, troca de informações, diversidade de opiniões e superação de barreiras", declara a organização baseada em Paris.

China, a ovelha negra

A China é o país onde o maior número de pessoas ligadas ao setor de notícias e informação está encarcerado, com 30 jornalistas e 69 ativistas online nas prisões chinesas, de acordo com a RSF. O governo em Pequim é ativo na censura, filtragem e monitoramento online de informações que possam ser "perigosas".

Apesar disso, há uma revolução em andamento na China, diz a ONG. "No mundo interativo, gerado pelos usuários, há fóruns, plataformas de vídeo, redes sociais, blogs e microblogs", disse o jornalista Hu Yong, especialista em comunicação da Universidade de Pequim e membro do júri do The BOBs, prêmio anual da DW para blogs e ativismo online.

"O microblogging permitiu pela primeira vez a milhares de chineses se expressar sem os ditames do Estado e da propaganda. Eles podem trocar notícias e comentários praticamente sem filtragem. E, apesar de eventuais interrupções e bloqueios na rede, isso existe e é difícil de ser controlado", diz Hu.

"Curtas mensagens de texto podem ser espalhadas rapidamente através da rede. Assim, os microbloggers chineses têm ajudado o mundo a saber mais sobre a China, muito além do que os meios de comunicação oficiais oferecem." Isso, de acordo com Hu, cria a esperança de que, um dia, possa existir uma sociedade civil vibrante e independente na China.

No Irã, a internet é do mal

Assim como na China, o governo iraniano também monitora e censura a internet há anos. Essa postura resultou na tentativa de criar uma "internet halal", completamente "limpa" e controlada pelas autoridades. A internet iraniana, de acordo com o RSF, não é mais ou menos política do que em outros países, ela só é mais vigiada.

"Qualquer desvio da versão oficial é automaticamente considerado 'político' e passa a ser suspeito. Páginas de culinária, moda e música costumam ser tão bloqueadas quanto sites de notícias e de oposição", diz a RSF.

O blogger iraniano Arash Abadpour, que vive exilado no Canadá e também faz parte do júri do The BOBs 2013, afirma que o governo iraniano censura a internet por medo das consequências da livre circulação de informação. "O estado iraniano tem medo da internet. Por isso, tenta mantê-la pequena", diz Abadpour.

Junto com o especialista em comunicação Colin Anderson, Abadpour publicou uma pesquisa que afirma: "Jornalistas, ativistas sociais, opositores políticos e também cidadãos comuns são presos pelos motivos mais esfarrapados – por supostamente porem em risco a segurança nacional ou a ordem pública – ao criticar o status quo em seu país."

O Irã tem uma longa tradição em demonizar a internet como fonte de crime e imoralidade. Frequentemente os usuários de internet são apresentados como pessoas que agem de má-fé ou são criminosos. Também Abadpous diz que é necessário algum tipo de controle da internet, por exemplo para evitar os crimes cibernéticos, mas lembra que cibercriminosos e ativistas não são a mesma coisa.

"A questão é: um controle adequado é necessário. A discussão deveria ser apenas sobre o que é adequado", diz o blogger iraniano.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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