Crescimento do setor de serviços tem impacto direto na geração de empregos para jovens periféricos. No primeiro trimestre deste ano, foram abertas 362 mil vagas. Vai do telemarketing ao empreendimento de pet shop na periferia.
O resultado mais recente da Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE) mostra que o setor que mais emprega no Brasil cresceu pelo sétimo mês consecutivo. É no setor de serviços que juventude periférica tende a buscar o primeiro emprego — mas como se preparar e quais habilidades são valorizadas na hora da contratação?
O setor de serviços vai do emprego em telemarketing no centro da cidade ao empreendimento de pet shop na quebrada. Segundo a Confederação Nacional de Serviços (CNS), eles respondem por 57% dos empregos formais no país. É o maior empregador nacional.
“O crescimento do setor de serviços tem um impacto direto na geração de empregos nas periferias e pode ser um dos vetores mais poderosos de inclusão social no Brasil”, avalia Deborah Araújo, diretora de recursos humanos e desenvolvimento de talentos.
A empresa que ela lidera mantém programas de contratação de jovens de quebradas. Ela falou ao Visão do Corre sobre seis pontos importantes para quem busca o primeiro emprego no setor de serviços. Ideia certa, se liga.
Como é o cenário de primeiro emprego para a juventude periférica no setor de serviços?
Vejo um interesse crescente das companhias em atrair profissionais das periferias, especialmente entre aquelas que já entenderam que a diversidade social e territorial é uma vantagem competitiva.
Como a juventude de periferia se qualifica para o primeiro emprego no setor de serviços?
Há uma ampla oferta de plataformas digitais gratuitas ou de baixo custo com cursos de atendimento, logística, ferramentas digitais e noções básicas de análise de dados, muitas delas promovidas por empresas de tecnologia ou por iniciativas sociais.
Como apresentar experiências em um currículo de primeiro emprego?
Buscar competências comportamentais fora do ambiente formal de trabalho.
Capacidades como comunicação, trabalho em equipe, adaptabilidade e responsabilidade podem ser aprimoradas em experiências comunitárias, voluntariado ou pequenos trabalhos informais.
Quais habilidades serão valorizadas pelo setor de serviços na hora da contratação?
Conhecimentos em ferramentas digitais, atendimento e logística. Mas o maior diferencial está no comportamento: resolver problemas, colaborar, se adaptar e agir com protagonismo. Profissionais com esse perfil não apenas se adaptam ao crescimento do setor, eles impulsionam esse crescimento.
Todo o setor de serviços é amplamente acessível à juventude periférica?
Para avançarmos em inclusão real, as empresas precisam revisar seus processos seletivos, diversificar as formas de avaliação e investir em programas de capacitação e desenvolvimento interno. Não basta desejar diversidade, é preciso construir caminhos concretos para que ela aconteça.
Pode dar um exemplo concreto?
A Lei do Bem, através da qual muitas empresas têm investido em programas de inclusão e no fortalecimento de instituições que formam jovens das periferias e comunidades. Essa rede de apoio facilita o desenvolvimento profissional e emocional dos jovens, ajudando-os a construir trajetórias de sucesso.