COP30: concerto homenageia primeiro negro a realizar um recital de violão no Pará

Tó Teixeira deixou mais de 250 músicas entre canções, ladainhas e peças instrumentais para violão solo e banda

17 nov 2025 - 06h14
Além de mais de 250 músicas, Tó Teixeira deixou transcrições e arranjos de obras clássicas. Homem pobre, se impôs pelo talento.
Além de mais de 250 músicas, Tó Teixeira deixou transcrições e arranjos de obras clássicas. Homem pobre, se impôs pelo talento.
Foto: Divulgação

A série de Concertos Sesc Partituras homenageia o músico paraense Tó Teixeira (1893-1982), o primeiro negro a realizar um recital de violão no Pará. As apresentações são no Jambu Arena, no Sesc Doca, e a última acontece em 18 de novembro.

Além dos debates sobre meio-ambiente na COP30, conhecer a obra de Tó Teixeira é um ato civilizatório, de encontro e conhecimento daqueles personagens periféricos que foram e são fundamentais para a cultura brasileira, embora reconhecidos em círculos restritos.

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Não conhece Tó Teixeixa? Então saiba: Antônio Teixeira do Nascimento Filho nasceu em Belém em 1893 e foi um grande violonista, compositor e professor. Antes da música, foi encadernador e leitor de livros, o que propiciou a criação de composições que misturavam o conhecimento formal e o popular.

Homenagem a Tó Teixeira tem concerto com a Banda Sinfônica Maestro Vale e Orquestra Jovem Sesc Pará.
Foto: Divulgação

Tó Teixeira gravou apenas um disco em vida

Considerado um dos pioneiros da música no estado, ajudou a formar gerações de arranjadores e compositores. O artista deixou amplo legado cultural, com mais de 250 músicas entre canções, ladainhas e peças instrumentais para violão solo e banda, além de transcrições e arranjos de obras clássicas.

Tó Teixeira, muitas vezes, escrevia suas composições em pedaços de papel que haviam sido antes embalagens de produtos. Em vida, gravou apenas um compacto, pela gravadora Marcus Pereira, graças à insistência do pesquisador da cultura amazônica, Vicente Sales. Mas em 2009, a obra do artista ganhou projeção nacional no projeto Sonora Brasil do Sesc.

Na ocasião, o músico, compositor e professor Salomão Habib levou as canções do paraense a todas as capitais brasileiras. A repercussão levou à produção de quatro CDs, um DVD e dois livros — um histórico e outro de partituras — com apoio do Selo Sesc, consolidando a importância do artista para a memória da música brasileira.

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Fonte: Visão do Corre
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