Carne, frango, linguiça? As dicas do vendedor de churrasquinho que fatura R$ 250 mi

Garoto pobre do Rio de Janeiro, filho de porteiro e doméstica, ex-jornaleiro criou negócio que vai se internacionalizar

3 out 2025 - 04h59
(atualizado às 11h05)
Leandro de Souza está à frente do Grupo Impettus, dono do Buteco Seu Rufino, Boteco Mané, Momento Bendito, entre outras.
Leandro de Souza está à frente do Grupo Impettus, dono do Buteco Seu Rufino, Boteco Mané, Momento Bendito, entre outras.
Foto: Divulgação

Filho de porteiro e doméstica, Leandro de Souza, 43 anos, começou a trabalhar antes da adolescência, distribuindo jornais e revistas de bicicleta pelas ruas chiques do Rio de Janeiro. Após muitos corres, inclusive vivendo nos Estados Unidos, começou a vender churrasquinho, empreendimento que hoje alavanca um grupo empresarial prestes a faturar R$ 250 milhões até dezembro.

Mas não é só pelas dicas de empreendedorismo que vale a pena ler a entrevista a seguir. Leandro conhece a cultura do espetinho que, segundo ele, “nasceu no Rio de Janeiro, tem registros do final dos anos 80. O boom mesmo foi na década de 90. Alguns personagens lá nos subúrbios cariocas popularizaram essa cultura do churrasquinho de rua”.

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Leandro foi segurança de boate, entregador, manobrista e até piloto de avião. Em 2011, abriu o Espetto Carioca, com a estratégia de oferecer mais opções além de carne, frango e queijo. Deu certo: o negócio cresceu, formando um grupo que atua em seis estados. Veja o que Leandro respondeu ao Visão do Corre sobre cultura do espetinho e empreendedorismo.

Antônio Jorge Pereira, dono do Churrasquinho do Jorge, no Rio de Janeiro, pretende abrir franquia. Seguirá o mesmo caminho de Leandro de Souza.
Foto: Tania Rego/AB

Por que o brasileiro gosta tanto de espetinhos?

Porque é um produto prático. Você come em qualquer lugar e de qualquer forma. Andando, em pé, sentado, na mesa, com prato, sem prato. E como a carne sempre foi um produto presente em nossas vidas, entrega praticidade e sabor.

O espetinho tradicional de carne é o campeão de vendas?

Sim. Esse é disparado o nosso carro chefe. Representa quase metade das vendas de espetinhos. Mesmo tendo mais de 15 sabores de espetinhos, o tradicional de carne é matador.

Depois de carne, vem qual?

Temos um bom consumo do espetinho misto, que é de carne com linguiça calabresa, também vendem bem coração e kafta. As opções podem chegar ao medalhão de carne envolto com bacon. Todos são muito saborosos. Sou suspeito.

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Churrasquinho do Jorge, estabelecimento que concorreu no Comida de Favela, na Favela Parque União, no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.
Foto: Tânia Rego/AB

Colocar um pedaço de gordura no espetinho é uma pequena malandragem?

Na verdade, posso chamar de marketing de experiência, pois o papel da gordura ali é mais para emitir o cheiro mesmo. Mexer com um dos sentidos. Muita gente gosta de comer gordura da carne. Mas vejo que o papel maior está na questão de trazer cheiro e suculência pra carne.

Qual o aspecto mais delicado do negócio de churrasquinho?

A variação de preço da carne é um desafio. Carne vermelha e frango sofreram muito com o pós-pandemia. Além do preço, temos a questão de tributação e logística também.

O que jamais fazer como empreender de churrasquinho?

Jamais trabalhe com um produto ruim. Independente do seu público-alvo, todos merecem um bom produto, macio e saboroso. Sobre não esquecer de fazer: busque sempre cruzar dois fatores importantes de sucesso: produto e serviço. Entregue um excelente produto, mas com um excelente serviço também. Um desses dois capengas, você terá problemas e dificuldades de fidelizar seus clientes.

Depois que o empreendimento com churrasquinho se estabelece, qual o próximo passo?

Investir em delivery eu diria que é um bom caminho. Aumentar a oferta de produtos pode ser um problema em relação a armazenamento, gestão, controle e produção, pois produtos diferentes demandam tempos de produção diferentes.

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Fonte: Visão do Corre
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