O apresentador Edu Guedes passou por uma pancreatectomia robótica para tratar câncer no pâncreas, destacando vantagens menores complicações do método, mas com custo elevado e necessidade de especialistas habilitados.
O diagnóstico de câncer no pâncreas do apresentador e chef Edu Guedes, de 51 anos, levantou dúvidas sobre qual seria o tratamento adequado para o tumor, que é a sexta causa de morte por câncer no mundo.
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O marido de Ana Hickmann passou por uma cirurgia de emergência complexa no último sábado, 5, no Hospital Israelita Albert Einstein. Ele descobriu a doença após ter sido hospitalizado para a retirada de cálculos renais.
O procedimento escolhido foi a pancreatectomia robótica, que durou cerca de seis horas. O tratamento consiste na retirada parcial ou total do pâncreas e de órgãos/estruturas adjacentes com o auxílio de um braço robótico operado por um cirurgião habilitado.
Segundo o médico oncologista Jefferson Pimenta, do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quando comparada à cirurgia convencional, a pancreatectomia robótica leva vantagem em termos de complicações associadas ao procedimento, que são menores.
"Há menor quantidade de sangramento, menor incidência de infecção da ferida operatória, menor tempo de internação, proporcionando melhores taxas de recuperação pós-operatória", disse em entrevista ao Terra.
Pimenta explicou que essa modalidade de tratamento cirúrgico está em expansão no Brasil, no entanto, seu custo ainda é muito alto. O procedimento também requer um cirurgião habilitado.
"A indicação da pancreatectomia robótica se dá, principalmente, por meio de um cirurgião tecnicamente habilitado para realizar este procedimento, avaliando a viabilidade da retirada total da lesão neoplásica e sempre após discussão multidisciplinar -- em conjunto com outros especialistas, como oncologista, radiologista, radioterapeuta, e de centros de especializados e de excelência", completou.
Câncer no pâncreas: como é o diagnóstico?
O que torna o diagnóstico precoce do câncer no pâncreas ainda mais complicado é a ausência de exames de imagem ou laboratoriais comprovadamente eficazes.
"Pela localização anatômica do pâncreas, que encontra-se mais profundo na região superior do abdome, este tumor não costuma dar sinais no início da doença", afirmou o especialista.
Entre os sintomas que estão relacionados à obstrução das vias bílio-pancreáticas estão icterícia, sinais de pancreatite (dor abdominal no andar superior do abdome) e elevação das enzimas pancreáticas.
De acordo com o médico, quando a doença está em estágio avançado, há sinais inespecíficos, como perda de peso, cansaço excessivo, aumento do volume abdominal.
"Como mencionado anteriormente, a localização deste órgão mais profunda no abdome dificulta o exame físico, seja feito por profissional da saúde ou o autoexame".