Ansiedade, estresse e sensação constante de esgotamento emocional fazem parte da rotina de muitos brasileiros.
Embora o debate sobre saúde mental tenha ganhado mais espaço nos últimos anos, especialmente no ambiente de trabalho, transformar essa conscientização em ações concretas ainda é um desafio para grande parte da população.
Nesse contexto, um levantamento nacional revela uma realidade preocupante.
O levantamento do Check-up de Bem-Estar 2025, pesquisa conduzida pela Vidalink com 11.600 profissionais de 250 empresas de grande porte em todo o país, indicam que 30% dos brasileiros afirmam não fazer nada para cuidar da própria saúde mental.
Conscientização não se traduz em prática
O número chama atenção justamente por indicar um descompasso entre discurso e prática.
Apesar de o tema estar cada vez mais presente em campanhas, políticas internas de empresas e debates públicos, uma parcela significativa da população ainda não consegue adotar estratégias básicas de cuidado emocional no dia a dia.
De acordo com o levantamento, essa ausência de iniciativas ocorre mesmo em um cenário marcado pelo aumento de sentimentos como ansiedade, angústia, irritabilidade e falta de motivação.
Ou seja, mesmo diante de sinais claros de desgaste psicológico, o autocuidado segue sendo negligenciado.
Rotina sobrecarregada e falta de acesso
Entre os fatores que contribuem para esse cenário estão a rotina sobrecarregada, as pressões profissionais constantes e a dificuldade de acesso a recursos de cuidado, como acompanhamento psicológico ou programas de apoio emocional.
Em muitos casos, a saúde mental acaba ficando em segundo plano diante das demandas do trabalho e das responsabilidades pessoais.
Além disso, o estudo aponta que o autocuidado emocional ainda é visto, por parte da população, como algo opcional ou secundário, e não como uma necessidade básica para o bem-estar e a qualidade de vida.
Impactos que vão além do indivíduo
Os dados evidenciam que falar sobre saúde mental, por si só, não é suficiente.
Sem tempo, estrutura ou apoio adequado, uma parcela significativa dos brasileiros segue sem adotar qualquer estratégia para lidar com o impacto emocional do cotidiano.
Esse cenário pode agravar quadros de estresse crônico, ansiedade e esgotamento, afetando não apenas a saúde individual, mas também relações sociais, desempenho profissional e bem-estar coletivo.
Sendo assim, o desafio, portanto, está em transformar a conscientização em ações acessíveis e sustentáveis de cuidado com a saúde mental.