Caso Virginia acende alerta sobre autoestima infantil

Caso envolvendo a filha de Virginia reacende debate sobre autoestima, privacidade e os limites da exposição nas redes

19 dez 2025 - 09h18

A repercussão de um vídeo publicado por Virginia Fonseca, no qual expõe um trecho da sessão de terapia da filha, trouxe à tona um tema sensível e cada vez mais presente na infância contemporânea: os impactos emocionais de comentários sobre o corpo e da exposição de vulnerabilidades infantis nas redes sociais. 

Caso Virginia acende alerta sobre autoestima infantil
Caso Virginia acende alerta sobre autoestima infantil
Foto: Reprodução/Instagram / Saúde em Dia

O episódio reacendeu o debate sobre autoestima, privacidade e saúde mental de crianças.

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Comentários "inofensivos" podem deixar marcas profundas

Segundo a orientadora parental Ana Luisa Meirelles, CEO da Universidade de Pais, observações aparentemente leves sobre o corpo infantil podem gerar consequências duradouras. "As crianças estão em pleno desenvolvimento da autoimagem e ainda não possuem filtros emocionais maduros para processar comentários sobre aparência", explica.

Expressões como "barriguinha fofa" ou "está ficando gordinha" ensinam a criança a direcionar o olhar para aspectos estéticos, em vez de reconhecer o corpo por suas funções e capacidades. Esse aprendizado precoce pode contribuir para insegurança, ansiedade social e até aumentar o risco de transtornos alimentares no futuro.

Quando a criança demonstra insatisfação com o próprio corpo

Ao verbalizar desconforto com a própria imagem, a criança emite um sinal que exige atenção. Para a especialista, minimizar o sentimento é um erro comum. "Evitar frases como 'isso é bobagem' é fundamental. O acolhimento e a escuta ativa ajudam a criança a se sentir segura", orienta.

Ana Luisa reforça a importância de investigar a origem da insatisfação, que pode estar ligada a comentários de adultos, comparações na escola ou influência das redes sociais. O foco, segundo ela, deve ser deslocado da estética para a funcionalidade do corpo, valorizando habilidades, talentos e características emocionais da criança.

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Exposição de terapia pode gerar efeitos a longo prazo

Outro ponto sensível do caso é a divulgação de falas ocorridas em ambiente terapêutico. De acordo com a orientadora parental, a terapia é um espaço de confidencialidade. "A criança não tem maturidade para consentir plenamente com esse tipo de exposição. Compartilhar falas íntimas pode gerar quebra de confiança e dificuldade de se abrir emocionalmente no futuro", alerta.

Além disso, criar uma narrativa pública sobre a criança pode afetar sua reputação digital, favorecer julgamentos e até situações de bullying.

Proteger também é educar

Para Ana Luisa Meirelles, educar envolve proteger a integridade emocional e psicológica dos filhos. Comentários sobre corpo, exposição de vulnerabilidades e descuido com a privacidade moldam a forma como a criança se relacionará consigo mesma ao longo da vida.

"A boa notícia é que pais conscientes podem fazer enorme diferença. Acolher, validar e proteger cria bases sólidas para uma autoestima genuína e uma relação saudável com o corpo e a mente", conclui.

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