O câncer de pele segue como o tipo mais frequente no Brasil e exige atenção constante da população.
Neste ano, a incidência da doença deve alcançar 704 mil novos casos, segundo projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), somando carcinomas e melanomas.
Diante desse cenário, especialistas reforçam que a observação regular da pele e a prevenção contínua são determinantes para o diagnóstico precoce e o aumento das chances de cura.
De acordo com profissionais do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo, qualquer ferida que não cicatriza em até quatro semanas deve ser investigada.
O alerta vale para manchas, pintas ou lesões aparentemente simples, mas que apresentam mudanças ao longo do tempo.
Tipos de câncer de pele exigem atenção aos detalhes
Existem três principais tipos de câncer de pele, cada um com características específicas:
O carcinoma basocelular, mais comum, costuma aparecer como uma ferida que não cicatriza.
Enquanto que o carcinoma espinocelular pode surgir como uma casquinha que sangra, uma área áspera ou uma verruga que cresce rapidamente.
Já, o melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo e geralmente se manifesta como uma pinta nova ou uma lesão que muda de tamanho, forma ou cor.
"Muitas vezes, o melanoma começa como uma mancha discreta, que foge ao padrão das demais pintas e acaba sendo ignorada", explica a dermatologista Bethânia Cavalli, responsável pelo Ambulatório de Oncologia Cutânea do HSPE.
Regra ABCDE ajuda no autoexame
Uma das formas mais simples de identificar sinais suspeitos é seguir a regra ABCDE, um método de autoexame que avalia cinco critérios: assimetria, bordas irregulares, variação de cor, diâmetro maior que 6 milímetros e evolução da lesão.
"Ao notar qualquer alteração nesses aspectos, é fundamental procurar um dermatologista", orienta a especialista.
O básico que salva: prevenção diária
Apesar de comum, o câncer de pele pode ser prevenido. Sendo que, a exposição solar acumulada ao longo da vida é um dos principais fatores de risco, o que torna a proteção diária indispensável.
Entre as recomendações estão:
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Uso de protetor solar todos os dias, mesmo em períodos nublados;
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Chapéus, bonés, roupas com proteção UV e óculos de sol;
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Evitar exposição direta ao sol entre 10h e 16h;
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Reaplicar o protetor a cada duas horas;
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Não esquecer áreas como orelhas, pescoço, nuca, couro cabeludo e pés.
Principalmente, pessoas de pele clara, olhos claros, histórico familiar ou exposição solar intensa devem redobrar os cuidados e consultar um dermatologista ao menos uma vez por ano.
Tecnologia a favor do diagnóstico precoce
No HSPE, pacientes com alto risco passam por avaliações detalhadas com o auxílio da dermatoscopia digital, tecnologia que permite analisar a estrutura da pele com maior precisão. "O exame aumenta a segurança e a rapidez no diagnóstico", destaca Bethânia Cavalli.
A mensagem dos especialistas é clara: observar a própria pele, proteger-se do sol e buscar orientação médica ao menor sinal de mudança são atitudes simples que podem salvar vidas.