Os perigos ocultos do refrigerante zero para a saúde

Descubra por que o refrigerante zero é prejudicial à saúde, seus riscos ocultos, adoçantes artificiais e impactos no metabolismo.

16 dez 2025 - 09h30

O refrigerante zero costuma ser visto como uma alternativa para quem deseja reduzir o consumo de açúcar, mas sem abrir mão do sabor doce. Apesar de não conter açúcar em sua formulação, esse tipo de bebida levanta dúvidas sobre os possíveis impactos na saúde. O debate envolve desde o uso de adoçantes artificiais até o efeito desse hábito na alimentação ao longo do dia.

Ao observar o rótulo de um refrigerante zero, é possível notar a presença de ingredientes como adoçantes, corantes, conservantes e acidulantes. Cada um deles passa por avaliação das autoridades de saúde, mas o consumo frequente pode ter implicações que vão além das calorias. Por isso, muitos estudos buscam entender de que forma essa bebida interfere no metabolismo, no apetite e em doenças crônicas.

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O que é refrigerante zero e como ele funciona no organismo?

O chamado refrigerante zero açúcar é formulado para oferecer sabor adocicado sem a presença de sacarose ou calorias significativas. Para isso, a indústria utiliza adoçantes como aspartame, sucralose, acesulfame de potássio e stevia, entre outros. Esses compostos têm poder adoçante muito maior do que o açúcar comum, o que permite o uso em quantidades pequenas.

No organismo, esses adoçantes são absorvidos e metabolizados de formas diferentes, dependendo da substância. Alguns quase não são aproveitados como fonte de energia, passando praticamente intactos pelo sistema digestivo, enquanto outros sofrem algum grau de metabolização. Embora sejam autorizados por órgãos reguladores, ainda existe investigação sobre seus efeitos em longo prazo, especialmente no que se refere ao controle da glicose e ao equilíbrio da microbiota intestinal.

O sabor doce sem calorias pode influenciar a saciedade e os hábitos alimentares ao longo do dia – depositphotos.com / thenews2.com
O sabor doce sem calorias pode influenciar a saciedade e os hábitos alimentares ao longo do dia – depositphotos.com / thenews2.com
Foto: Giro 10

Por que o refrigerante zero pode ser prejudicial para a saúde?

A expressão refrigerante zero faz mal costuma aparecer em discussões sobre três pontos principais: influência no peso corporal, alteração da saciedade e possíveis impactos metabólicos. Um dos questionamentos é que, mesmo sem açúcar, o sabor muito doce pode estimular o cérebro a buscar mais alimentos calóricos ao longo do dia, mantendo o desejo por comidas e bebidas doces.

Além disso, alguns estudos observacionais associam o consumo frequente de refrigerante diet ou zero a maior risco de síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Esses trabalhos não provam causa direta, mas indicam que o hábito pode estar relacionado a um padrão alimentar menos equilibrado. Há também preocupação com o possível impacto no intestino, já que certos adoçantes podem alterar a composição da flora intestinal, o que se relaciona a inflamação crônica de baixo grau e resistência à insulina.

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  • Interferência na saciedade: doce sem caloria pode confundir os mecanismos de fome e satisfação;
  • Associação com consumo de ultraprocessados: muitas vezes é consumido junto com fast food e lanches gordurosos;
  • Manutenção do paladar adocicado: dificulta a redução geral do açúcar na rotina;
  • Possível impacto metabólico: estudos sugerem relação com alterações na glicemia e no perfil lipídico.

Refrigerante zero engana o cérebro?

Um dos pontos discutidos por especialistas é a forma como o refrigerante sem açúcar interage com os mecanismos de recompensa do cérebro. Mesmo sem fornecer energia, o sabor doce ativa circuitos neurais semelhantes aos acionados pelo açúcar. Isso pode levar o organismo a esperar calorias que não chegam, favorecendo, em algumas pessoas, maior ingestão de alimentos em outros momentos do dia.

Esse fenômeno é descrito como uma espécie de "descompasso" entre o gosto e o valor energético. Quando isso se repete ao longo do tempo, o corpo pode ter mais dificuldade em regular fome e saciedade de forma precisa. Assim, em vez de ajudar no emagrecimento, o consumo frequente de refrigerante zero pode estar associado à manutenção do excesso de peso, principalmente quando não há mudança no restante da alimentação.

Quais são os riscos do consumo frequente de refrigerante zero?

Embora o consumo eventual de refrigerante zero, dentro dos limites de ingestão diária aceitável de adoçantes, seja considerado seguro para a maior parte da população, o uso diário e em grandes quantidades levanta preocupações. Entre os potenciais riscos relacionados a esse hábito, destacam-se:

  1. Alterações metabólicas: associação com maior incidência de resistência à insulina e alteração da glicemia em estudos populacionais.
  2. Pressão arterial e coração: algumas pesquisas vinculam a ingestão de bebidas adoçadas artificialmente ao aumento do risco de eventos cardiovasculares.
  3. Saúde bucal: mesmo sem açúcar, a acidez do refrigerante pode contribuir para erosão do esmalte dos dentes.
  4. Intestino e microbiota: determinados adoçantes podem modificar a comunidade de bactérias intestinais, influenciando processos inflamatórios.
  5. Substituição da água: quando o refrigerante zero ocupa o espaço da água, há menor hidratação adequada e manutenção do hábito de consumir ultraprocessados.
O consumo frequente de refrigerante zero está associado a questionamentos sobre metabolismo e saúde – depositphotos.com / jaizanuar
Foto: Giro 10

Como reduzir o consumo de refrigerante zero no dia a dia?

Para quem deseja diminuir a dependência de bebidas zero açúcar, uma estratégia é fazer mudanças graduais, preservando a adaptação do paladar. A troca imediata por água pode ser difícil para algumas pessoas, por isso, alternativas intermediárias costumam ser melhor aceitas.

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  • Priorizar água filtrada ao longo do dia como bebida principal;
  • Utilizar água com gás e rodelas de frutas cítricas para manter a sensação de refrigerante, porém sem adoçantes;
  • Introduzir chás gelados sem açúcar ou levemente adoçados com pequenas quantidades de adoçante natural;
  • Reduzir gradualmente a frequência, deixando o refrigerante zero apenas para ocasiões específicas;
  • Observar rótulos e comparar a lista de ingredientes, dando preferência a opções com menos aditivos.

Dessa forma, o refrigerante zero deixa de ocupar um espaço central na rotina e passa a ser apenas um item eventual. A atenção à alimentação como um todo, com maior presença de alimentos frescos e menor consumo de ultraprocessados, tende a ter impacto mais relevante sobre o peso, a saúde metabólica e o bem-estar geral do que a simples substituição do refrigerante comum pela versão sem açúcar.

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