Quem era a mulher esquartejada e deixada em mala na rodoviária de Porto Alegre?

9 set 2025 - 13h22

Aos 65 anos, Brasília Costa teve a vida interrompida de forma violenta. Em agosto, a mulher foi morta e esquartejada em Porto Alegre. O tronco foi abandonado em uma mala na rodoviária da cidade, enquanto outras partes do corpo foram espalhadas por diferentes locais.

Brasília Costa
Brasília Costa
Foto: Arquivo pessoal / Perfil Brasil

Natural de Arroio Grande, no Sul do Estado, Brasília, chamada de Bia por amigos e familiares, cresceu em Jaguarão. Lá viveu a infância e manteve vínculos que se estenderam por toda a vida. Mais tarde, mudou-se para a Capital.

Publicidade

"Ela era muito querida, a gente gostava muito dela", disse Manoel Ferreira Telles, irmão da vítima ao g1. A manicure, que não teve filhos, casou-se jovem, mas logo se divorciou e seguiu a vida de forma independente. Pessoas próximas relatam que era "reservada" e falava pouco.

"Ela preferia ter a liberdade dela, viver sozinha, fazer as coisas que ela gosta", contou a amiga Clair Bonneau. Nos últimos anos, o irmão ainda tentou convencê-la a retornar a Jaguarão. "Brasília, vem pra cá, a gente te cuida aqui", relembrou Manoel. Ela recusou, alegando contar com a ajuda de um amigo em Porto Alegre.

Esse amigo era o publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, principal suspeito do assassinato. Os dois se conheceram em um abrigo durante a enchente de 2024 e iniciaram um relacionamento. Jardim já havia sido condenado em 2018 a 28 anos de prisão por matar a própria mãe e ocultar o corpo em concreto.

Segundo a cunhada Raquel Costa ao g1, a relação terminou em outubro de 2024, mas foi retomada meses depois. "Ela não queria apresentar ele de jeito nenhum", contou. "Parecia que ele tinha problema com os filhos, com a mãe... então ele não saía, ela disse que ele não gostava nem de ir no mercado, não gostava de sair para lugar nenhum", relatou.

Publicidade

O que mudou no comportamento da vítima?

Raquel afirmou que a rotina de Brasília se alterou após a reaproximação com Ricardo. "Ela sempre foi de ficar o final de semana todo aqui em casa. [...] Depois que ela estava com ele, ela não vinha mais e ficava. A última vez que veio foi em julho", lembrou.

A ausência no aniversário da sobrinha, em agosto, aumentou a desconfiança da família. Ela teria dito, por mensagem, que viajaria com o companheiro para o Nordeste. Duas fotos de João Pessoa foram enviadas do celular dela, mas os parentes não acreditaram.

"Tem que mandar áudio, tem que mandar foto, senão a gente vai mandar a polícia atrás de ti", escreveu Raquel em uma das mensagens. A resposta foi: "Tá, deixa a gente se assentar primeiro". Para a polícia, Ricardo enviava os recados se passando pela vítima.

Brasília ainda mantinha contato virtual com antigos amigos em Jaguarão. Clair contou que enviou felicitações no aniversário dela, em 3 de setembro, mas não teve retorno. "Uma pessoa boa, meiga, falava pouco, ria muito... mas assim, uma pessoa que eu não tenho nada para dizer enquanto a gente foi amiga, conviveu no dia a dia, era uma pessoa excepcional pra mim, uma amiga de verdade", afirmou.

Publicidade

A cabeça da vítima não foi localizada. A identificação completa do corpo depende dessa etapa e ajudará a esclarecer a causa da morte. A polícia também deve periciar o celular e outros aparelhos eletrônicos apreendidos para confirmar quem enviava as mensagens atribuídas à vítima e investigar movimentações financeiras que possam dar pistas sobre o crime.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se