Sob vaias e aplausos na ONU, Benjamin Netanyahu rejeita acusações de genocídio em Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou nesta sexta-feira (26) diante da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele rejeitou as acusações de "genocídio" em Gaza e criticou os países que, segundo ele, "cederam" ao Hamas.

26 set 2025 - 14h07
(atualizado às 14h13)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursou nesta sexta-feira (26) diante da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele rejeitou as acusações de "genocídio" em Gaza e criticou os países que, segundo ele, "cederam" ao Hamas.

Com plenário esvaziado, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, faz discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 26 de setembro de 2025.
Com plenário esvaziado, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, faz discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 26 de setembro de 2025.
Foto: REUTERS - Jeenah Moon / RFI

Netanyahu subiu à tribuna sob aplausos de seus apoiadores convidados e vaias de delegações que deixaram o plenário em protesto. Os delegados foram chamados à ordem quando o discurso começou, sendo o primeiro da sessão do dia.

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Durante sua fala, Netanyahu negou que Israel esteja cometendo genocídio, afirmando que o país fornece ajuda à população palestina. "Acusações falsas de genocídio — dizem que Israel está mirando civis, mas isso não é verdade", declarou, destacando que Israel toma medidas para evitar vítimas civis e não está provocando a fome em Gaza.

Ele acusou o Hamas de usar civis como escudos humanos e instrumentos de propaganda, criticando a cobertura da mídia europeia. "A propaganda nojenta do Hamas contra Israel é engolida sem questionamento pela imprensa europeia", disse. Netanyahu também condenou os países que reconheceram o Estado da Palestina, afirmando que "cederam" ao Hamas.

Israel "quer terminar o trabalho" contra o Hamas

Netanyahu afirmou que Israel "destruiu a maior parte da máquina terrorista do Hamas" em Gaza. "Neste último ano, atacamos os Houthis — inclusive ontem (quinta-feira) —, destruímos grande parte do aparato terrorista do Hamas e debilitamos o Hezbollah, eliminando muitos de seus líderes e grande parte de seu arsenal", declarou. Segundo ele, Israel agora "quer terminar o trabalho" contra o Hamas "o mais rápido possível", reiterando o apelo para que o grupo depusesse as armas.

O premiê também elogiou os esforços do Líbano para desarmar o Hezbollah, mas pediu ações concretas. "Parabenizo o Líbano por anunciar esse objetivo, mas precisamos de mais do que palavras. Se o Líbano tomar medidas reais e duradouras para desarmar o Hezbollah, acredito que uma paz duradoura será possível", afirmou.

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Reconhecimento do Estado palestino seria "suicídio nacional", diz Netanyahu

Netanyahu criticou duramente a recente onda de reconhecimentos do Estado palestino por países ocidentais. "A criação de um Estado palestino seria um suicídio nacional para Israel", declarou. "Israel não permitirá que nos imponham um Estado terrorista. Não cometeremos suicídio nacional porque vocês não têm coragem de enfrentar a mídia hostil e as multidões antissemitas que clamam pelo sangue de Israel."

Ele afirmou que essa decisão "vergonhosa" encorajaria o terrorismo contra judeus e inocentes em todo o mundo e seria "uma marca de vergonha" para os países envolvidos. "Vocês estão recompensando os fanáticos intolerantes que perpetraram e apoiaram o massacre de 7 de outubro", disse.

Mensagem aos reféns e apelo por sanções ao Irã

Sobre os reféns israelenses em Gaza, Netanyahu disse ter instalado alto-falantes na região para que eles pudessem ouvir seu discurso. "Não esquecemos de vocês nem por um segundo. O povo de Israel está com vocês. Não descansaremos até que todos estejam de volta em casa", declarou em hebraico e inglês.

O primeiro-ministro também defendeu o restabelecimento das sanções da ONU contra o Irã, previstas para sábado, e pediu "vigilância" contra o programa nuclear iraniano. Segundo ele, os ataques israelenses e americanos em junho contra instalações nucleares iranianas "eliminaram uma ameaça existencial" a Israel e "uma ameaça mortal ao mundo civilizado".

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"Não podemos permitir que o Irã mantenha capacidades militares nucleares. Os estoques de urânio enriquecido devem ser eliminados, e amanhã (sábado), as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã devem ser restabelecidas", concluiu.

(Com AFP)

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