Japão alerta para possibilidade de megaterremoto após tremor

Este é o primeiro alerta deste tipo desde que esta categoria de aviso foi introduzida em 2022.

9 dez 2025 - 10h56
Um carro ficou preso em uma estrada que desabou em Tohoku, no norte do Japão
Um carro ficou preso em uma estrada que desabou em Tohoku, no norte do Japão
Foto: EPA / BBC News Brasil

A agência meteorológica oficial do Japão afirmou que existe uma possibilidade de um terremoto de grande magnitude atingir o norte do país até a próxima semana.

"Com base nas estatísticas de terremotos que ocorreram em todo o mundo até o momento, existe a possibilidade de um terremoto de grande escala, com magnitude igual ou superior a 8, ocorrer ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, perto de Hokkaido, como consequência do terremoto da noite de segunda-feira", disse Morikubo Tsukasa, que é funcionário do gabinete da primeira-ministra para preparação para desastres, segundo a agência japonesa NHK.

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"Não há certeza se um terremoto de grande escala realmente ocorrerá. No entanto, todos devem atender ao alerta e tomar precauções para proteger suas vidas."

Este é o primeiro alerta deste tipo desde que esta categoria de aviso foi introduzida em 2022.

A escala Richter, usada para classificar tremores, pode variar de 0 a 10, com possibilidade de valores maiores. O maior terremoto já registrado foi o de 1960 no Chile, com magnitude 9,5.

A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi
Foto: AFP via Getty Images / BBC News Brasil

O alerta no Japão acontece depois que pelo menos 30 pessoas ficaram feridas em um terremoto de magnitude 7,5 que atingiu o nordeste do Japão na noite de segunda-feira (8/12), forçando milhares de pessoas a evacuarem suas casas.

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O terremoto ocorreu às 23h15 (11h15 no horário de Brasília) a uma profundidade de 50 km e a cerca de 80 km da costa da região de Aomori, informou a Agência Meteorológica do Japão. O tremor gerou alertas de tsunami, que já foram cancelados, embora ondas de 70 cm tenham sido registradas.

Alguns serviços de trens foram suspensos e milhares de casas ficaram sem energia elétrica.

Em um pronunciamento aos afetados pelo terremoto, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, disse: "Reforcem seus procedimentos diários de preparação para terremotos, como garantir que seus móveis estejam seguros, e preparem-se para evacuar imediatamente caso sintam tremores."

Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 90 mil moradores, segundo a agência de notícias Reuters.

O governo da província de Aomori informou que cerca de 2.700 residências ficaram sem energia elétrica. A companhia de trem East Japan Railway também suspendeu alguns serviços ao longo da costa nordeste.

O governo japonês criou um escritório de resposta dentro do centro de gerenciamento de crises da primeira-ministra e convocou uma equipe de emergência, afirmou o secretário-chefe do gabinete, Minoru Kihara.

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"Estamos fazendo todos os esforços para avaliar os danos e implementar medidas de resposta a desastres, incluindo operações de resgate e socorro", acrescentou.

Após os tremores, a empresa de energia elétrica japonesa Tohoku Electric Power informou que não foram relatadas irregularidades em suas usinas nucleares de Higashidori e Onagawa em decorrência do terremoto.

Nenhuma anomalia foi detectada no local da usina nuclear desativada de Fukushima, informaram as autoridades japonesas à Agência Internacional de Energia Atômica.

Fukushima foi danificada por um terremoto de magnitude 9,0 que atingiu a costa leste do país em 11 de março de 2011.

Esse terremoto, o mais forte já registrado no Japão, desencadeou um tsunami que devastou a ilha principal de Honshu, matando mais de 18 mil pessoas e arrasando cidades inteiras.

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O Japão é um dos países mais propensos a terremotos no mundo.

Localizado no Círculo de Fogo do Pacífico, o país registra cerca de 1,5 mil terremotos por ano.

No início deste ano, o comitê de investigação de terremotos do Japão afirmou que havia uma probabilidade de 60% a 90% de que um megaterremoto ocorresse na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos, com os piores cenários sugerindo que ele causaria danos bilionários e poderia matar centenas de milhares de pessoas.

Terremotos ao longo da Fossa de Nankai — uma área de intensa atividade sísmica que se estende pela costa do Pacífico do Japão — já foram responsáveis por milhares de mortes.

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