Grande parte dos norte-americanos se opõe a ataques a barcos na Venezuela, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

10 dez 2025 - 09h23

Uma ampla faixa de norte-americanos se opõe à campanha militar dos EUA de ataques mortais a embarcações suspeitas de transportar drogas nas águas do Caribe e do Pacífico perto da Venezuela, incluindo cerca de um quinto dos correligionários republicanos do presidente Donald Trump, segundo pesquisa Reuters/Ipsos.

Cerca de metade dos entrevistados -- 48% -- disseram que se opõem à realização dos ataques que mataram 87 pessoas sem antes obter autorização de um juiz ou tribunal, enquanto 34% disseram que os apoiam. Dezoito por cento não tinham certeza ou estavam indecisos.

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Entre os republicanos, 67% apoiam os ataques e 19% se opõem a eles; entre os democratas, 80% se opõem aos ataques e 9% os apoiam.

A pesquisa de seis dias, concluída na segunda-feira, foi realizada em meio às crescentes tensões entre os EUA e a Venezuela, à medida que Trump avalia opções, incluindo ataques terrestres, para combater o que Washington retrata como o papel do presidente Nicolás Maduro no tráfico de drogas. Maduro nega ter ligações com o tráfico de drogas.

As autoridades do governo dizem que os ataques estão impedindo os "narcoterroristas", grupos venezuelanos designados como organizações terroristas estrangeiras que transportam para os Estados Unidos drogas que podem matar norte-americanos.

Especialistas afirmam que os ataques podem ser ilegais, já que há pouca ou nenhuma prova divulgada de que os barcos estejam transportando drogas ou que tenha sido necessário explodi-los em vez de detê-los, apreender a carga e interrogar as pessoas a bordo.

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Além disso, a Constituição dos EUA dá ao Congresso, e não ao presidente, o direito de declarar guerra, o que permitiria uma campanha de ataques tão prolongada.

A pesquisa Reuters/Ipsos reuniu respostas de 4.434 adultos norte-americanos em todo o país e foi realizada online. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

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