Em uma ligação com o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, divulgada pela organização pouco antes da cerimônia, María Corina Machado disse estar "muito triste". Ela chegou a viajar para a capital norueguesa, mas não conseguiria chegar a tempo de receber o prêmio pessoalmente.
"Se queremos ter democracia, devemos estar dispostos a lutar pela liberdade", acrescentou em seu discurso, lido por sua filha. Otimista, Ana disse que a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz retornará à Venezuela "muito em breve".
No discurso, a opositora também citou "o terrorismo de Estado" do governo de Nicolás Maduro e afirmou que "está disposta a lutar pela liberdade".
Referindo-se aos sequestros, torturas e perseguições a opositores, Machado denunciou os "crimes contra a humanidade, documentados pelas Nações Unidas", que, segundo ela, são usados "para enterrar a vontade do povo venezuelano".
Recado para Maduro
O presidente do Comitê Norueguês do Nobel endossou o discurso de Corina Machado. Durante a entrega da premiação, ele pediu ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que aceite os resultados das eleições de 2024 e renuncie ao cargo.
"Senhor Maduro, o senhor deve aceitar os resultados eleitorais e renunciar ao seu cargo", disse Jørgen Watne Frydnes, seguido por aplausos do público na sede da prefeitura de Oslo.
"Você deve estabelecer as bases para uma transição pacífica para a democracia. Porque essa é a vontade do povo. María Corina Machado e a oposição venezuelana acenderam uma chama que nenhuma tortura, nenhuma mentira e nenhum medo poderão apagar", concluiu.