Filha de María Corina Machado recebe Prêmio Nobel da Paz em seu nome

O Prêmio Nobel da Paz, concedido à opositora venezuelana María Corina Machado, foi entregue à sua filha, Ana Corina Sosa Machado, nesta quarta-feira (10) em Oslo, capital da Noruega. A líder do movimento de oposição ao governo Maduro lamentou por estar ausente na entrega da premiação: "Muitas pessoas arriscaram suas vidas para que eu pudesse chegar a Oslo", disse.

10 dez 2025 - 13h18

Em uma ligação com o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, divulgada pela organização pouco antes da cerimônia, María Corina Machado disse estar "muito triste". Ela chegou a viajar para a capital norueguesa, mas não conseguiria chegar a tempo de receber o prêmio pessoalmente.

Ana Corina Sosa Machado recebe o Prêmio Nobel da Paz em nome de sua mãe, a opositora venezuelana María Corina Machado, em uma cerimônia em Oslo, em 10 de dezembro de 2025.
Ana Corina Sosa Machado recebe o Prêmio Nobel da Paz em nome de sua mãe, a opositora venezuelana María Corina Machado, em uma cerimônia em Oslo, em 10 de dezembro de 2025.
Foto: © Ole Berg-Rusten / Ntb/AFP / RFI

"Se queremos ter democracia, devemos estar dispostos a lutar pela liberdade", acrescentou em seu discurso, lido por sua filha. Otimista, Ana disse que a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz retornará à Venezuela "muito em breve".

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No discurso, a opositora também citou "o terrorismo de Estado" do governo de Nicolás Maduro e afirmou que "está disposta a lutar pela liberdade".

Referindo-se aos sequestros, torturas e perseguições a opositores, Machado denunciou os "crimes contra a humanidade, documentados pelas Nações Unidas", que, segundo ela, são usados "para enterrar a vontade do povo venezuelano".

Recado para Maduro

O presidente do Comitê Norueguês do Nobel endossou o discurso de Corina Machado. Durante a entrega da premiação, ele pediu ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que aceite os resultados das eleições de 2024 e renuncie ao cargo.

"Senhor Maduro, o senhor deve aceitar os resultados eleitorais e renunciar ao seu cargo", disse Jørgen Watne Frydnes, seguido por aplausos do público na sede da prefeitura de Oslo.

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"Você deve estabelecer as bases para uma transição pacífica para a democracia. Porque essa é a vontade do povo. María Corina Machado e a oposição venezuelana acenderam uma chama que nenhuma tortura, nenhuma mentira e nenhum medo poderão apagar", concluiu.

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