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O que é a droga 'champanhe rosado' que causa alarme no Reino Unido

Versão "especialmente forte" do ecstasy preocupa autoridades britânicas após causar a morte de uma pessoa e a internação de outras 10 em Manchester.

2 jul 2017 - 23h06
(atualizado em 3/7/2017 às 08h09)
Ecstasy em cristal
Ecstasy em cristal
Foto: BBC News Brasil

No último fim de semana de junho, o "champanhe rosado" causou a morte de uma pessoa e deixou outras dez no hospital, quatro delas em estado grave, na cidade inglesa de Manchester.

Este é o nome de um novo tipo de ecstasy que tem se popularizado em festas britânicas e preocupa as autoridades.

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A Polícia de Manchester afirmou que a nova versão da anfetamina é "particularmente forte".

O ecstasy é um tipo de anfetamina modificada, também conhecido como MDMA (metilenodioximetanfetamina), que se popularizou nos anos 1970. A posse da droga, no entanto, é proibida na maioria dos países do mundo.

Enquanto o ecstasy, que se popularizou nos anos 1990, é vendido na forma de comprimidos coloridos, o "champanhe rosado" (ou pink champagne em inglês) vem na forma de cristais, o que torna mais difícil para o usuário medir a dose que está consumindo.

O último relatório do Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime afirma que, em 2016, pelo menos 20 milhões de pessoas consumiram alguma variedade de MDMA.

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Junto com a República Tcheca, o Reino Unido é um dos países com a maior taxa de consumo de ecstasy na Europa.

Popularidade

Após o incidente em Manchester, as autoridades britânicas abriram uma investigação sobre a droga, mas elas acreditam que sua popularidade repentina está relacionada com os efeitos potentes.

O "champanhe rosado" é um poderoso desinibidor que proporciona aos usuários horas de euforia, sensação de felicidade e extroversão.

No entanto, a "ressaca" destas horas costuma se manifestar com esgotamento físico e mental extremo, sensação de fazio e lentidão de raciocínio.

Pessoa pegando um comprimido de ecstasy
Foto: BBC News Brasil

"Quando o MDMA é absorvido pela corrente sanguínea, ele atinge o cérebro, causando a liberação de diversos compostos químicos", disse à BBC o psiquiatra Adam Winstock, fundador da organização Global Drug Survey, que realiza pesquisas sobre o uso de drogas em todo o mundo.

"O cérebro libera principalmente serotonina, mas também noradrenalina e dopamina. Isso é o que dá a sensação de prazer."

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Riscos

No entanto, Winstock diz que uma dose muito alta da droga pode causar um efeito adverso, com resultados muito desagradáveis para o usuário.

"Se você toma ecstasy demais, estes mesmos componentes químicos liberados pelo cérebro podem fazer com que seu coração comece a bater rápido demais e acabar com a euforia e a energia. Você começa a se sentir ansioso, nervoso e agitado."

Algumas pessoas conseguem superar os efeitos simplesmente esperando que eles passem, mas outros chegam a precisar de assistência médica.

Músculos muito rígidos, respiração acelerada, pulso rápido, convulsões, espuma na boca e inconsciência são alguns dos sintomas de que o usuário de "champanhe rosado" precisa ser levado a um hospital.

Winstock diz que, ainda que o MDMA seja uma droga "segura" em comparação com outras, o número de mortes ligadas à substância no Reino Unido está aumentando.

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A substância pode causar a morte de uma pessoa de três maneiras principais: ataque cardíaco, superaquecimento e excesso de água.

Se o corpo receber serotonina, dopamina e noradrenalina em excesso, pode sofrer desidratação e superaquecimento. "Uma vez que a temperatura do corpo ultrapassa os 42º C, os órgãos param de funcionar e pode ser difícil que ela se recupere", explica o psiquiatra.

O uso de MDMA costuma causar sede, e algumas pessoas morrem por beber água demais. Isso porque a droga também pode provocar a Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH), o que inibe a liberação da urina, o que causa um desenquilíbrio metabólico.

Em 2015, 57 pessoas morreram após tomar ecstasy no Reino Unido. Em 2011, foram 13 pessoas.

Segundo Winstock, "o risco, em geral, é pequeno e até mesmo as pessoas que vão para a emergência hospitalar costumam voltar ao normal em dois ou três dias".

"Mas a única maneira de não correr nenhum risco é optar por não usar a droga", afirma.

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