EUA matam ao menos cinco membros do grupo EI em ofensiva de retaliação na Síria

Ao menos cinco membros do grupo Estado Islâmico (EI) morreram em ataques americanos no centro da Síria na noite de sexta-feira (19). A informação foi divulgada neste sábado (20) pela ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

20 dez 2025 - 08h27
(atualizado às 08h45)

Segundo a OSDH, os ataques americanos visaram posições do grupo EI nas regiões de Homs, Raqa e Deir Ezzor. O chefe de uma equipe jihadista encarregada de drones na região teria sido eliminado.

Um militar da Força Aérea dos Estados Unidos instala um sistema de munição GBU‑31 em um caça F‑15E Strike Eagle em uma base do Comando Central americano (Centcom), em 19 de dezembro de 2025.
Um militar da Força Aérea dos Estados Unidos instala um sistema de munição GBU‑31 em um caça F‑15E Strike Eagle em uma base do Comando Central americano (Centcom), em 19 de dezembro de 2025.
Foto: via REUTERS - U.S. Air Force / RFI

O Pentágono confirmou que as forças americanas atingiram mais de 70 alvos em várias localidades sírias com aviões de combate, helicópteros de ataque e artilharia. A ofensiva ocorre uma semana após um ataque que matou um intérprete e dois soldados americanos em Palmira, no centro do país.

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"A operação utilizou mais de 100 munições de precisão contra infraestruturas e depósitos conhecidos de armamentos do grupo Estado Islâmico", afirmou o Comando Central de Estados Unidos (Centcom) em comunicado. A nota reitera que, desde o ataque em Palmira, forças americanas e aliadas "realizaram dez operações na Síria e no Iraque que resultaram na morte ou detenção de 23 efetivos terroristas", sem especificar a que grupos pertenciam.

Em sua rede social Truth Social, o presidente americano, Donald Trump, descreveu a ofensiva como uma "represália muito dura" às mortes dos três cidadãos. Os Estados Unidos atribuíram a agressão ao grupo Estado Islâmico, que não o reivindicou. 

Por meio de um comunicado, a Jordânia confirmou ter participado da ofensiva. Em nota, o exército jordaniano afirmou que a operação teve o objetivo de impedir que organizações extremistas usem o sul da Síria como base para lançar ataques que ameacem a segurança dos países vizinhos e de toda a região.

Situação delicada para o governo sírio

Apesar de o grupo EI ser responsabilizado, o ataque que matou os cidadãos americanos foi realizado por um integrante das forças de segurança da Síria, deixando o novo governo em situação delicada. Desde a queda do ditador Bashar al-Assad, Damasco tenta se aproximar dos Estados Unidos e participa da coalizão internacional contra o jihadismo. 

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Essa foi a primeira vez que uma agressão desse tipo foi registrada desde que o presidente interino, Ahmad al‑Chareh, assumiu o poder. As autoridades locais alegam que o autor do ataque estava prestes a ser demitido por defender ideias islamistas extremistas. 

Após dissolver as estruturas militares e de segurança do antigo regime, Al‑Chareh incorporou à nova força armada grupos aliados, incluindo ex-jihadistas estrangeiros. No entanto, o novo governo reiterou seu compromisso de combater o grupo EI e impedir que ele volte a atuar no país, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Síria publicado no X.

Continuidade da presença militar americana na Síria

O grupo Estado Islâmico controlava a região de Palmira antes de ser derrotado por uma coalizão internacional em 2019. Apesar desse revés, combatentes remanescentes continuam realizando ataques esporádicos no deserto sírio.

As forças americanas permanecem principalmente em áreas controladas pelos curdos no norte da Síria e na base de Al‑Tanf, perto da fronteira com a Jordânia. O retorno de Donald Trump ao poder reacende o debate sobre a continuidade ou o reforço da presença militar americana no país.

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O Pentágono havia anunciado em abril que reduziria pela metade o contingente na Síria, embora o número total atual de soldados não seja oficialmente divulgado.

Com informações da AFP

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