As forças armadas dos Estados Unidos lançaram ataques em larga escala contra dezenas de alvos do Estado Islâmico na Síria na sexta-feira, em retaliação a um ataque contra funcionários norte-americanos, disseram autoridades dos EUA.
Uma coalizão liderada pelos EUA tem realizado ataques aéreos e operações terrestres na Síria visando suspeitos do Estado Islâmico nos últimos meses, muitas vezes com o envolvimento das forças de segurança da Síria.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu retaliar depois que um suposto ataque do ISIS matou membros da equipe norte-americana no último fim de semana na Síria.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que os ataques tinham como alvo "combatentes, infraestrutura e locais de armamento do ISIS".
"Este não é o início de uma guerra - é uma declaração de vingança", disse Hegseth. "Hoje, nós caçamos e matamos nossos inimigos. Muitos deles. E vamos continuar", acrescentou.
TRUMP ELOGIA
Trump disse nas redes sociais que o governo sírio apoiou totalmente os ataques e que os EUA estavam infligindo uma "retaliação muito séria".
Em um discurso na Carolina do Norte na noite de sexta-feira, Trump chamou o ataque de um golpe "maciço" contra os membros do ISIS que os EUA culpam pelo ataque de 13 de dezembro contra as forças da coalizão.
"Atingimos os bandidos do ISIS na Síria. (...) Foi muito bem-sucedido", disse Trump em um comício em Rocky Mount, Carolina do Norte.
O Comando Central dos EUA disse que os ataques atingiram mais de 70 alvos na região central da Síria, acrescentando que caças jordanianos apoiaram a operação.
Uma autoridade dos EUA disse que os ataques foram realizados por jatos F-15 e A-10 dos EUA, juntamente com helicópteros Apache e sistemas de foguetes HIMARS.
A força aérea da Jordânia participou dos ataques, informou a TV estatal Jordan no sábado, dizendo que eles tinham como alvo locais afiliados ao Estado Islâmico no sul da Síria, dentro da estrutura de cooperação de Amã com a coalizão liderada pelos EUA.
A Síria reiterou seu compromisso inabalável de combater o Estado Islâmico e garantir que ele não tenha "nenhum refúgio seguro no território sírio", de acordo com uma declaração do Ministério das Relações Exteriores.
Dois soldados do Exército dos EUA e um intérprete civil foram mortos no sábado na cidade de Palmyra, na região central da Síria, por um agressor que atacou um comboio de forças norte-americanas e sírias antes de ser morto a tiros, de acordo com o Exército dos EUA. Três outros soldados norte-americanos também ficaram feridos no ataque.
Cerca de 1.000 soldados dos EUA permanecem na Síria.
O Ministério do Interior da Síria descreveu o agressor como um membro das forças de segurança sírias suspeito de simpatizar com o Estado Islâmico.
O governo da Síria é liderado por ex-rebeldes que derrubaram o líder Bashar al-Assad no ano passado, após uma guerra civil de 13 anos, e inclui membros do antigo ramo sírio da Al-Qaeda que romperam com o grupo e entraram em confronto com o Estado Islâmico.
A Síria tem cooperado com uma coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico, chegando a um acordo no mês passado, quando o presidente Ahmed al-Sharaa visitou a Casa Branca.