Gêmeas mortas em Igrejinha teriam sido vítimas de sufocamento, aponta Ministério Público

Laudos descartam envenenamento, mas promotoria mantém convicção sobre autoria do crime

7 fev 2025 - 11h31

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) sustenta que as gêmeas encontradas mortas em Igrejinha, no Vale do Paranhana, foram vítimas de sufocamento. Laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), divulgados na quinta-feira (6), não identificaram vestígios de veneno nos restos mortais das crianças. Gisele Beatriz Dias, mãe das vítimas, é ré no processo e segue presa preventivamente.

Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal / Porto Alegre 24 horas

Segundo o promotor de Justiça Marcelo Tubino, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri (CaoJúri), a denúncia já considerava o sufocamento como uma das hipóteses do crime. "O MP está convencido da autoria", declarou.

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Perícia descarta envenenamento

Os exames periciais analisaram mais de 100 substâncias químicas nos corpos das vítimas, incluindo sedativos, pesticidas e arsênio, mas todos os testes deram negativo. O único elemento encontrado foi formol, substância utilizada na conservação de cadáveres, sem relação com as mortes.

O laudo final apontou que as mortes tiveram "causa indeterminada", devido ao estado avançado de decomposição dos corpos, impossibilitando a confirmação de patologias que possam ter provocado os óbitos.

Investigações e denúncias

A denúncia do MP qualifica o crime como duplo feminicídio, com as agravantes de meio cruel e vítimas menores de 14 anos. A promotoria argumenta que Gisele foi a última pessoa a estar com as meninas em um ambiente fechado, descartando causas naturais e reforçando a hipótese de sufocamento.

A polícia reuniu provas como pesquisas suspeitas no celular da acusada, onde Gisele buscou informações sobre formas de envenenamento, além do desaparecimento repentino de registros de câmeras de segurança da casa.

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A defesa, no entanto, argumenta que não há provas concretas e pede a anulação do processo. O caso segue sob análise da Justiça.

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