CPI da Covid vincula dinheiro apreendido com prefeito a atos do 7 de Setembro

PF encontra R$ 500 mil em bagagem de Gilmar João Alba, de Cerro Grande do Sul; para senadores, dinheiro teria como finalidade financiar manifestações em apoio a Bolsonaro

1 set 2021 - 15h13

BRASÍLIA - A cúpula da CPI da Covid vai pedir que a Polícia Federal apure se R$ 500 mil encontrados escondido na bagagem do prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba (PSL), teriam como finalidade financiar atos de apoio ao governo federal. De acordo com os senadores, há indícios de que o montante seria levado a Brasília para bancar a manifestação promovida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. Alba é aliado de Bolsonaro.

A Polícia Federal apreendeu o dinheiro escondido em caixas de papelão na bagagem de mão do prefeito, na quinta-feira, 26, em São Paulo. O dinheiro foi encontrado durante a inspeção por Raio-x. De acordo com a PF, ao ser abordado, o prefeito disse, inicialmente, que não sabia o valor total transportado. Na sequência, teria dito aos policiais que carregava R$ 1,4 milhão.

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As suspeitas foram levantadas pelo senador Humberto Costa (PT-PE) durante a reunião da CPI nesta quarta-feira, 1. A comissão vai acionar o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura o financiamento de atos antidemocráticos, para investigar a manifestação do dia 7. Bolsonaro tem atuado pessoalmente para incentivar os atos no feriado, inclusive com ataques ao Supremo.

"Esses recursos que foram apreendidos, que têm indícios fortíssimos, indícios, eu estou falando, que seriam utilizados aqui para financiar esse movimento. Isso não é um caso isolado. Isso pode estar acontecendo em vários locais porque a mobilização é clara, a gente sabe que isso não é de graça", afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), no início da reunião do colegiado.

O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), apontou para indícios "fortíssimos" da vinculação entre o dinheiro e as manifestações. "Isso é algo que precisa ser rapidamente investigado, até para desestimular que práticas iguais a essa ocorram em detrimento do interesse nacional, em função dessa circunstância toda que nós estamos vivendo no Brasil", disse o parlamentar.

Procurado, o prefeito atendeu ao telefone e informou que vai se manifestar "no dia 14, na Câmara de Vereadores em Cerro Grande do Sul, às 15h". "Estou com as portas abertas para receber todos. Tchau e uma boa tarde", disse, desligando em seguida.

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