O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira, 9, que o 'Plano Punhal Verde e Amarelo' só não foi executado porque foi abortado pouco antes. Segundo o juiz, que é relator do caso da tentativa de golpe de Estado, as informações colhidas nos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid foram corroboradas pelas provas reunidas pela Polícia Federal.
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Moraes afirmou que não foi morto por pouco. “A operação já estava ao redor de minha residência quando foi abortada, uma vez que estavam em reunião no ministério da Defesa os comandantes das forças, tanto o general do Exército, Freire Gomes, quanto da Aeronáutica, Batista Junior. E eles novamente se recusaram ao golpe militar, abortando o plano”, disse, durante o embasamento do seu voto.
Segundo o relator, os autos do processo comprovam que o plano de assassinato de si, do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Ainda assim, ele salientou que as informações de que ele é juiz em um processo no qual ele é a vítima não são verdadeiras porque não se está julgando tentativa de homicídio. E, sim, os crimes de:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e ameaça grave; e
- Deterioração de patrimônio tombado.
O ministro também reiterou que as delações de Cid foram corroboradas pela presença dos réus em reuniões no Palácio do Planalto e no ministério da Justiça e pela impressão das minutas em quantidade correspondente ao número de integrantes da trama. Além disso, ele destaca os áudios do general Mauro Fernandes, que admitiu ser autor do plano para matar Lula e Moraes, encontrados no celular de Mauro Cid pela PF.
“Toda a operação foi preparada nos termos que já constam na minuta do golpe, de prisão ou neutralização do presidente do TSE, e tudo isso aconteceu simultaneamente com a convocação do réu Paulo Sérgio dos comandantes do Exército, para forçar a eles a aderir ao golpe. Uma vez que houvesse adesão, o plano seguiria. Só não houve prosseguimento porque dois dos três comandantes não aderiram”, explicou.