O presidente Lula (PT) ainda não tem uma opinião formada sobre como responderá ao projeto de lei (PL) da Dosimetria, que pode reduzir penas de Jair Bolsonaro e de outros envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. Em entrevista à TV Alterosa, de Minas Gerais, ele explicou que seguirá acompanhando o desenrolar do caso.
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“O Congresso Nacional está na discussão, agora vai para o Senado. Vamos ver o que vai acontecer. Quando chegar à minha mesa, eu tomarei a decisão. Tomarei eu e Deus, sentado na minha mesa, a decisão", disse o Lula ao jornal nesta quinta-feira, 11.
O presidente explicou que fará aquilo que entender que deve ser feito e justificou: "Ele [Bolsonaro] tem que pagar pela tentativa de golpe, pela tentativa de destruir a democracia que ele fez neste país. Ele sabe disso. Não adianta ficar choramingando agora”.
O projeto da Dosimetria foi aprovado na madrugada de quarta-feira, dia 10, na Câmara dos Deputados. O placar geral foi de 191 a favor, 148 contra e uma abstenção e agora segue para o Senado Federal. O próximo passo, se aprovado no Senado, é partir para a Presidência, que tem poder de veto.
No geral, o texto altera o Código Penal e a Lei de Execução Penal em artigos que impactam no cálculo de pena de crimes pelos quais foram condenados envolvidos no 8 de Janeiro.
Jair Bolsonaro, que está preso, foi condenado a 27 anos e três meses de prisão como líder de uma tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022. Sobre a pena, Lula comentou que o ex-presidente "tentou fazer uma coisa muito grave".
"Ele não fez brincadeira. Ele tinha um plano arquitetado para matar a mim e matar o Alckmin, o Alexandre de Moraes. Ele tinha um plano para explodir um caminhão no Aeroporto de Brasília, e ele tinha um plano de sequestrar o poder, já que ele perdeu as eleições", complementou, em referência ao plano Punhal Verde Amarelo.
O petista ainda disse que se Bolsonaro tivesse tido a mesma postura que ele teve ao perder três eleições, não estaria nessa situação. "Se ele tivesse a postura de todo mundo que é democrático e que respeita às instituições, ele não estaria preso. Poderia estar concorrendo agora às eleições", afirmou.