O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) avaliou nesta terça-feira as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, 7. Para o líder petista na Câmara, houve um erro estratégico na manifestação.
"Eles erraram muito. Uma bandeira norte-americana de 100 metros e as declarações de Tarcísio. Está crescendo a proporção das pessoas que acham que o caminho justo é a condenação de Bolsonaro. Vão aparecer provas, o julgamento vai ser a pauta da semana no Brasil. No domingo, erraram muito. A bandeira norte-americana e as declarações do Tarcísio ofuscaram qualquer coisa em relação ao tamanho da manifestação", declarou.
Além da bandeira, manifestantes exibiram cartazes em inglês com mensagens como "SOS Trump" ("Socorro, Trump"), "Help me" ("Me ajude") e "Thank you very much" ("Muito obrigado"), em pedidos de ajuda e agradecimento ao presidente norte-americano Donald Trump. Os cartazes também traziam menções de apoio a Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos Estados Unidos.
Ao receber informações sobre a realização de uma reunião para discutir a anistia na casa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta terça enquanto acontece o julgamento na trama golpista no STF, Lindbergh afirmou: "Está super tranquilo. Estamos construindo uma pauta de consenso".
O petista sobre confiança sobre a posição de Motta sobre a anistia: "Não há pauta de consenso na reunião de líderes. Da semana passada para cá mudou muita coisa. A fala do Tarcísio, a repercussão no Supremo... A votação da anistia esta semana está mais distante. O Centrão está percebendo que é comprar uma briga muito grande com o Supremo em um clima como esse."
A líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), também comentou as declarações de Tarcísio na Paulista. "Máscara nunca existiu. Tarcísio é o Bolsonaro e Bolsonaro é o Tarcísio", afirmou. Na mesma linha, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse: "Caiu tudo. Striptease total".
Já a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) avaliou que Hugo Motta sofre "muita pressão dos dois lados políticos" na discussão sobre a anistia. "Um lado que entende que a democracia precisa ser preservada e outro lado que não está nem aí com isso, que faz a pressão para que ele paute a anistia. Nesse momento, ele tem que ser o magistrado do poder Legislativo. Ele assumiu a Câmara falando do discurso do Ulisses Guimarães. Então eu acho que é essa trajetória que deveria respeitar. Existe uma maioria de deputados do campo da oposição que se somou ao Centrão."