Resumo
O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, afirmou no STF que o golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder já estava em curso, com envolvimento de altos líderes civis e militares, durante a abertura do julgamento da trama golpista.
Paulo Gonet durante o julgamento do núcleo 1 da trama golpista
Foto: Antonio Augusto/STF
“Não é preciso esforço intelectual extraordinário para reconhecer que quando o presidente da República e, depois, o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, disse.
De acordo com o PGR, a reunião não é classificada como um ambiente inofensivo de conversas. "Quando o presidente da República e o ministro da Defesa se reúnem com os comandantes militares sob a sua direção política e hierárquica para concitá-los a executar fases finais do golpe, o golpe ele mesmo já está em curso de realização”, continuou.
Gonet diz que reunião de Bolsonaro com cúpula militar significava que ‘golpe já estava em curso’
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“Some-se a isso a campanha ignóbil determinada pelo militar, candidato à vice-presidência, para destruir o ânimo legalista demonstrado pelos comandantes da Aeronáutica e do Exército ao se afastarem das etapas decisivas do Levante”, completou.
Gonet também citou a reunião ministerial de julho de 2022 e apontou um teor “claro” no sentido de deslegitimar o resultado da eleição em outubro. Segundo o procurador, durante o processo eleitoral, sob a “expectativa de derrota”, agravou-se a intenção de reverter a vontade popular.
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“Após o resultado do primeiro turno das eleições gerais de 2022, e tornando mais próxima a expectativa de derrota, o grupo teve que aumentar o uso extensivo da máquina pública para garantir a permanência do líder no poder”, afirmou o PGR, que pontuou que, ao longo do governo Bolsonaro, “a narrativa de fraude se agravava e os alvos institucionais se tornavam cada vez mais definidos”.
Segundo o procurador, Bolsonaro e os outros 7 réus [ Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid] estimularam a “desconfiança e animosidade” contra o sistema eleitoral e as instituições. “Não há dúvida que a organização criminosa quis desacreditar publicamente o sistema eletrônico de votação”, afirma o PGR.
“A escalada verbal foi acompanhada de manifestações organizadas.”
Em referência ao 8 de Janeiro, Gonet destaca que “não há como negar fatos praticados publicamente”, como a depredação dos prédios públicos. Segundo ele, as defesas tentaram minimizar participação nos fatos, que “não puderam ser negados” diante da materialidade das provas, em gravações, vídeos e documentos obtidos nas investigações.
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Antes de fazer sua defesa, o advogado Celso Villardi leu trechos da delação premiada de Mauro Cid
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Celso Villardi, advogado de Jair Bolsonaro (PL), foi o segundo a se manifestar no julgamento nesta quarta-feira, 3
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O advogado Matheus Milanez, que representa o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi o primeiro a se manifestar no julgamento da trama golpista nesta quarta-feira, 3
Foto: Gustavo Moreno/STF
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A segurança foi reforçada nos arredores do STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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Alexandre de Moraes inicia julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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A segurança foi reforçada nos arredores do STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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Alexandre de Moraes fala durante o julgamento
Foto: Antonio Augusto/STF
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Dino marca presença no julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Alexandre de Moraes no julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Alexandre de Moraes chega ao julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Visão ampla do ambiente onde é julgado o caso de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Visão ampla do ambiente onde é julgado o caso de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Julgamento de Bolsonaro
Foto: Agência Estado
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Jornalistas aguardam do lado de fora para cobrir o caso
Foto: Reportagem do Terra
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Operação policial no julgamento de Bolsonaro
Foto: Agência Estado
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Jornalistas aguardam do lado de fora para cobrir o caso
Foto: Reportagem do Terra
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, nesta terça- feira, 2
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no STF, em Brasília, nesta terça-feira, 2
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no STF, em Brasília, nesta terça-feira, 2.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ex-ministro da Defesa, general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, um dos réus do chamado núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis réus do núcleo, no Supremo Tribunal Federal (STF) , em Brasília, nesta terça-feira, 2.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Cezar Roberto Bittencourt, advogado de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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José Luiz de Oliveira Lima, o Juca, advogado de defesa do general da reserva Walter Braga Netto
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Matheus Milanez, advogado do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança no governo Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Eumar Novacki, advogado de defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, nesta terça-feira, 02 de setembro de 2025.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
O julgamento
Nesta terça-feira, 2, a sessão teve início às 9h e seguiu até 12h05. O julgamento será retomado às 14h, seguindo até 19h.
Além disso, o julgamento deve se estender por mais quatro dias. Confira as outras datas e horários:
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3 de setembro (quarta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h;
9 de setembro (terça-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e sessão ordinária das 14h às 19h;
10 de setembro (quarta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h;
12 de setembro (sexta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e das 14h às 19h.