Secretário da Polícia Civil do RJ diz que número de mortos sem vínculo com facções 'não significa nada'

Para Felipe Curi, mesmo aqueles mortos que não tinham elo comprovado com o CV são 'narcoterroristas que saíram do anonimato'

3 nov 2025 - 13h34
(atualizado às 13h53)
Resumo
O secretário da Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, minimizou a relevância dos mortos sem vínculos com facções durante a megaoperação no estado, destacando que enfrentaram a polícia e possuíam indícios de envolvimento com o tráfico.
PKRIO 29/10/2025 - RIO DE JANEIRO / CORPOS - Corpos de mortos da megaoperacao de ontem dia 28, em rua na penha, zona norte do Rio de Janeiro. Foto Pedro Kirilos/Estadão
PKRIO 29/10/2025 - RIO DE JANEIRO / CORPOS - Corpos de mortos da megaoperacao de ontem dia 28, em rua na penha, zona norte do Rio de Janeiro. Foto Pedro Kirilos/Estadão
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

O delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, chamou de insignificante o número de mortos que não têm vínculos comprovados com a facção Comando Vermelho (CV), durante a megaoperação de terça-feira passada, 28. Segundo os dados divulgados pela própria polícia, 17 mortos não apresentavam histórico criminal, mas destes, 12 teriam indícios de participação no tráfico em suas redes sociais. 

"Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato", disse Curi, na nota da Polícia Civil sobre os mortos identificados. 

Publicidade

O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, disse que os confrontos ocorreram com criminosos que reagiram à ação policial.

"Uma estratégia fundamental adotada pelas forças de segurança foi empurrar os bandidos para uma área de mata fora da área habitada, no alto do morro, preservando a segurança da população. Foi lá onde se deram os maiores embates. E quem estava na mata, estava em confronto com a polícia", afirmou.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram 121 mortos na operação ao todo, incluindo os quatro policiais. Os 117 restantes são considerados suspeitos pela polícia. Dois deles não conseguiram ser identificados até agora, porque os laudos resultaram em perícias inconclusivas. 

Governador do RJ volta a criticar governo federal e chama de ‘sucesso’ operação mais letal do Rio
Video Player

Segundo a cúpula de Segurança Pública do Estado, 59 tinham mandados de prisão pendentes e pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes. 

Publicidade

Mais da metade, 62, era natural de outros Estados. Até o momento, 19 do Pará, 9 do Amazonas, 12 da Bahia, 4 do Ceará, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 9 de Goiás, 1 do Mato Grosso, 3 do Espírito Santo, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal. O relatório indica que, no Rio de Janeiro, há chefes de organizações criminosas de 11 estados da federação, de quatro das cinco regiões do país.

Secretário diz que nem o FBI faria igual polícias do RJ e que operação foi o ‘maior baque que o CV já tomou’
Video Player
Fonte: Portal Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se