A Polícia Civil realizou uma operação na Baixada Santista contra postos de combustíveis ligados a Mohamad Hussein Mourad, suspeito de envolvimento com o PCC em esquemas de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis.
Cinco postos de combustíveis da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, são alvos de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira, 21. O dono dos postos seria o empresário Mohamad Hussein Mourad, suspeito de ter ligação com a lavagem de dinheiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A polícia cumpre mandados de busca e apreensão nos estabelecimentos pela Operação Octanagem.
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Mourad também foi investigado pela Operação Carbono Oculto, que revelou que o PCC estava infiltrado na rede de distribuição de combustíveis adulterados em todo o Brasil. Seis mandados de busca e apreensão são cumpridos nesta terça, sendo três em postos na cidade de Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara, no interior paulista.
Os postos estavam no nome de Himad Mourad, primo de Mohamad, apontado como um dos principais laranjas do esquema de sonegação fiscal, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro.
Em pelo menos um dos postos alvos da Operação Octanagem foi constatada adulteração no combustível, além de fraude volumétrica, com bombas que dispensam menos combustível do que o indicado no visor.
Segundo o delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Divisão de Investigação sobre Crimes contra a Administração e Combate a Lavagem de Dinheiro (Dicca), responsável pela operação, a nova operação mira a parte “varejista” da facção, que funciona mesmo depois da Operação Carbono Oculto.
“Estamos analisando esses postos para saber se estão em condições adequadas para o consumo, se há sonegação fiscal e descobrir quem são os sócios ocultos com envolvimento nesse esquema criminoso”, disse o delegado.
Além da Polícia Civil, agentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo também participam da ação.
A Operação Carbono Oculto aconteceu em agosto, e reuniu cerca de 1,4 mil agentes para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão com o objetivo de desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, controlado pelo PCC.
O nome da operação Octanagem faz alusão ao termo usado para medir a capacidade de resistência do combustível ao ar. Para a ação, que segue em andamento, foram mobilizados 32 policiais civis, além de equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara. Os casos serão registrados na 3ª Dicca, do DPPC.